A deputada federal Luísa Canziani (PSD) acredita que a fusão das secretarias de Assistência Social, de Políticas para as Mulheres e do Idoso na futura pasta de Família e Desenvolvimento Social, que será comandada pela empresária Marisol Chiesa, não trará prejuízos para o desenvolvimento de políticas públicas em Londrina. A mudança no secretariado foi um dos primeiros atos da gestão do prefeito Tiago Amaral (PSD), mas a reforma ainda será analisada pela CML (Câmara Municipal de Londrina).

Em nota encaminhada à FOLHA, a parlamentar diz que a preocupação dos londrinenses deve ser com a execução de ações voltadas “ao público das três secretarias mencionadas: mulheres, idosos e pessoas em desproteção social”.

“E acredito que esse trabalho será feito, com a implementação de programas e projetos integrados e transversais para atingir todos esses grupos de forma unificada”, afirma Canziani, que reconhece o pioneirismo de Londrina nessas políticas - o município teve a primeira Secretaria do Idoso do país e um dos primeiros órgãos de defesa das mulheres -, mas cita o exemplo do governo do Estado na fusão de pastas.

“O governo estadual, sob o comando do governador Ratinho Junior, conta com a Secretaria do Desenvolvimento Social e Família, que abarca Assistência Social, Direitos da Juventude, Política da Criança e do Adolescente e Política da Pessoa com Deficiência, e a Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, para o desenvolvimento de todas essas políticas de forma integrada. E temos alcançado bons resultados”, pontua.

A deputada diz que confia na capacidade do prefeito para conduzir Londrina “rumo ao desenvolvimento econômico e social”.

“Ele assumiu o mandato há poucos dias e acredito que devemos dar um voto de confiança para que ele desenvolva seu trabalho. Mas estamos acompanhando e vamos cobrar a efetividade da secretaria”, completa Canziani.

JUSTIFICATIVA

Quando anunciou a absorção das secretarias, Tiago citou a necessidade de "dar uma dinâmica diferente para nossas estruturas".

"A Assistência Social, Idoso e Mulher compõem a nossa organização estratégica e são pastas que têm como objetivo estimular políticas que melhorem a vida das pessoas. São pastas correlatas e o que me incomoda é a falta de estrutura para as secretarias trabalharem como secretarias”, justificou em coletiva no dia 2 de janeiro.

REPERCUSSÃO

A reação à decisão de Tiago foi imediata e gerou críticas de entidades e ativistas ligadas às políticas públicas para as mulheres, como o CMDM (Conselho Municipal dos Direitos da Mulheres) e o Néias - Observatório de Feminicídios Londrina, que entendem que pode haver prejuízos no atendimento às londrinenses.

A deputada estadual Cloara Pinheiro (PSD), que está à frente da Procuradoria Especial da Mulher da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), disse na terça (7) que não foi consultada pelo prefeito e relatou estar preocupada com a fusão das três pastas. “Sabemos que não vai acabar, mas acredito que teria de ser uma pasta só da Mulher e continuar esse trabalho que é feito desde 1993. Somos pioneiras na nossa cidade", ponderou em entrevista à FOLHA.