O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), sancionou no último dia 18 a Lei n° 13.701/2023, que desafeta 85 lotes na Cidade Industrial e permite a alienação dos terrenos. O projeto de lei foi aprovado na Câmara Municipal de Londrina (CML) durante as sessões extraordinárias convocadas pelo Executivo. A nova legislação também cria o Fundo Municipal de Incentivo ao Desenvolvimento Econômico e Industrial e o Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico e Industrial.

A Cidade Industrial fica no prolongamento da avenida Saul Ekind, na zona norte, e tem uma área total de 395 mil metros quadrados. Com investimento de R$ 36,7 milhões, as obras - que estão na casa dos 35% de conclusão - devem terminar em julho de 2024.

Segundo o presidente da Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Alex Canziani, o valor global - considerando o lance inicial - dos lotes deve girar em torno de R$ 45 milhões. Mas, a tendência é que o total arrecadado aumente. Alguns dos terrenos serão agrupados, totalizando 65 unidades.

“Nós estamos estudando o edital ainda. Fizemos várias reuniões com a secretaria de Gestão Pública, com o jurídico, com o Núcleo Desenvolve Londrina, e ouvimos as sugestões deles. Estamos construindo o edital e a ideia é que até o final de janeiro esteja pronto para lançar. Mas vai ser leilão dos lotes individualmente, e as empresas vão poder ofertar lances para cada um deles”, explica Canziani.

JUSTIFICATIVA

No projeto encaminhado à CML, Belinati justificou que as alienações são de interesse público “na medida em que possibilita estímulo à geração de emprego e receita para o município, por meio do desenvolvimento de empresas e recolhimento de impostos”.

O presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Angelo Pamplona, avalia que o projeto é positivo para Londrina, e que a indústria de inovação pode avançar com o parque industrial.

“Nossa cidade hoje tem essa vocação da inovação, que é uma indústria limpa, que vende para o mundo inteiro. O produto gerado pela inovação não tem fronteiras, ele vai para o mundo todo e isso traz muito crescimento. A ideia é que a gente tenha um parque industrial que também atenda essa vocação que está surgindo”, afirma.

CÍRCULO VIRTUOSO

O presidente da Codel aponta que, com os recursos do fundo criado pela lei, o intuito é que novos parques industriais do município sejam alavancados - assim como a ampliação de áreas já existentes. O papel do conselho será assessorar o prefeito na gestão e na fixação dos critérios para uso do fundo.

“É gerar emprego, gerar renda e gerar impostos para a cidade. É fomentar o desenvolvimento”, resume Canziani, que aponta que, com a vinda de indústrias, novos fornecedores devem ter Londrina como destino. “Cria um círculo virtuoso”.

Para Pamplona, é importante que o edital dos terrenos seja divulgado nacionalmente “para que indústrias de fora de Londrina tenham o olhar voltado para cá” e percebam uma oportunidade de negócio na cidade.

Projeto de concessão da rodoviária aguarda sanção

Outro projeto aprovado na Câmara Municipal de Londrina e que está em vias de ser sancionado é o 218/2023, que autoriza a concessão da Rodoviária de Londrina. Na avaliação do presidente da Codel, Alex Canziani, a concessão é uma forma de o poder público oferecer melhor estrutura e serviço para o usuário. A expectativa é que o edital de concessão seja lançado ainda no primeiro semestre do próximo ano.

rodoviaria de londrina . foto: roberto custodio - folha de londrina - 22/09/22
rodoviaria de londrina . foto: roberto custodio - folha de londrina - 22/09/22 | Foto: Roberto Custódio/Arquivo Folha

“Nossa rodoviária é referência, um belo projeto do Niemeyer, mas ao longo do tempo ela vem carecendo de melhorias, de algumas ações, como o próprio desenvolvimento e fortalecimento de lojas e equipamentos”, citando que, com a concessão, “vamos trazer uma empresa focada nisso, com experiência para desenvolver uma série de atividades e fazer com que isso gere mais empregos e desenvolvimento lá”.

O presidente da Acil, Angelo Pamplona, vê a concessão como um movimento positivo, pois é importante que quem visita Londrina pela primeira vez “tenha uma boa impressão já na rodoviária”. Mas ressalta que o poder público precisa dar garantias de que os comerciantes que trabalharam na época das “vacas magras”, como ele diz, possam continuar sob a nova administração.

Em relação aos trabalhadores, o projeto diz que o município deverá cuidar das questões trabalhistas envolvendo os servidores públicos lotados na rodoviária, “propondo Plano de Demissão Voluntária e verificando a possibilidade de remanejamento daqueles que não quiserem aderir ao PDV”.