Com a vitória do PFL em Curitiba, mantendo-se no poder municipal, o prefeito Cassio Taniguchi, e as alterações registradas no interior, especialmente com as mudanças nas cidades-pólo do Estado, como fica o quadro político a partir de agora? Para o senador Alvaro Dias (PSDB), não haverá grandes mudanças daqui para a frente. ‘‘As eleições ainda giram em torno dos candidatos, mais do que em torno dos partidos’’, avaliou.
Para o senador qualquer previsão neste momento é precipitada, especialmente no que se refere ao próximo pleito para o governo do Estado. ‘‘Seria querer demais ter uma previsão sobre o que vai acontecer daqui a dois anos’’, argumentou. A oscilação dos votos, como se viu entre os dois turnos em Curitiba, foram comparadas por ele às ondas do mar: ‘‘Estas são ondas eleitorais’’.
Sobre o PT, observou que na Capital ele ainda não superou o estigma de ‘‘partido radical’’. Quanto ao perfil conservador de Curitiba, houve um avanço. Para Alvaro Dias a cidade teve seu próprio estigma diluído: ‘‘Houve um avanço, pelo número de votos do PT; a população curitibana já não é mais a mesma’’.
O governador Jaime Lerner (PFL) entendeu ter sido ‘‘significativa’’ a vitória do PFL na Capital. O resultado garantirá à Curitiba e ao interior outras conquistas, afirmou. Lerner espera contar com apoio da oposição ‘‘e que todos se abracem para conseguir novos avanços ao Estado’’.
Já o presidente da Itaipu Binacional, Euclides Scalco (sem partido), preferiu não avaliar as consequências destas eleições. Argumentou ser ainda muito cedo para qualquer análise. Uma coisa é certa, porém: ‘‘O Estado mudou’’. Os resultados díspares registrados no interior mostra que o mosaico político está diversificado, mas as mudanças são muito recentes. Vai depender agora de como os partidos vão gerenciar sua administração. A partir daí definirão seus destinos. Visão mais clara do tabuleiro, só mesmo daqui a alguns meses.
‘‘Derrubamos os ícones da política paranaense’’, festejou por sua vez Abelardo Lupion, presidente estadual em exercício do PFL, referindo-se às derrotas impostas aos senadores Roberto Requião e Alvaro Dias. Mesmo assim, Lupion concordou que o Paraná vive no momento ‘‘uma nova política partidária. Deixou de ser uma política personalista’’. Mesmo com o resultado favorável, o PFL fará uma reavaliação do seu desempenho político no Estado.

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