Leandro Donatti
De Curitiba
O governador Jaime Lerner (PFL) já tem o seu candidato à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas. É o secretário dos Transportes, Heinz Herwig. O recado foi repassado anteontem ao líder do governo na Assembléia, Valdir Rossoni (PTB), que entra em campo com a missão de minar as pretensões do deputado Basílio Zanusso (PFL), também candidato declarado à cadeira, que está sem titular desde novembro do ano passado.
Zanusso tem requerimento com o apoio de 36 deputados. A estratégia do governo é forçar a base aliada a retirar as assinaturas, o que inviabiliza a indicação do deputado. Heinz Herwig formalizou sua pretensão ao cargo na semana passada, em entrevista à Folha. Disse que se sente no direito de pleitear a vaga e que vai se inscrever tão logo a Assembléia abra as inscrições. O presidente da Casa, Nelson Justus (PTB), ainda não se manifestou, apesar de ter prometido abrir as inscrições no início da semana.
A acomodação de Herwig no TC é vista por setores do próprio governo como um prêmio pelo empenho e desgaste político do secretário desde a implantação do pedágio, em maio de 1998. O cargo de conselheiro é vitalício e rende algo em torno de R$ 8 mil ao mês, fora mordomias. A indicação de Herwig estaria acertada desde setembro do ano passado, quando do sepultamento do então presidente da Assembléia, Aníbal Khury. Junto com o conselheiro Rafael Iatauro, o secretário trabalhou pela vitória de Nelson Justus à sucesão.
Basílio Zanusso não está disposto a trombar com Lerner, porém não pretende também retirar a sua candidatura a conselheiro. Por ser o mais antigo deputado da Casa e a vaga em questão fazer parte da cota da Assembléia, Zanusso se acha no direito de pleiteá-la. O deputado propôs ontem que Herwig não dispute essa vaga, mas a próxima, que deve estar disponível em junho.
‘‘Espero que prevalesça o corporativismo. Em Santa Catarina, a Assembléia preencheu suas três vagas com deputados’’, assinalou o deputado. Basílio Zanusso conta com o apoio dos 14 deputados do bloco de oposição. O bloco fechou questão há cerca de um mês e meio.(L.D)