A Justiça negou ontem o pedido de revogação feito pela defesa e prorrogou por mais cinco dias, a contar de amanhã, a prisão temporária do diretor-geral da Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL), Gildalmo de Mendonça. O despacho assinado pela juíza substituta da 3 Vara Criminal, Zilda Romero, considerou o pedido feito pelo delegado do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Alan Flore, que preside inquérito sobre o suposto pagamento de um ''mensalinho'' de R$ 1,6 mil, por parte da TCGL, a nove vereadores. Dois funcionários da empresa prestaram depoimento ontem; para segunda, são esperados outros 15. Conforme a FOLHA apurou, todos são do setor financeiro do grupo.
Mendonça foi levado na noite da última quarta-feira ao Centro de Detenção e Ressocialização (CDR), onde permanece preso em uma cela especial. Desde então, já prestou depoimento em que negou a existência do pagamento delatado ao Gaeco pelo ex-vereador Orlando Bonilha (PR). Na última quinta, promotores e o delegado efetuaram buscas na sede da empresa e apreenderam um computador do executivo e documentos.
A juíza explicou à reportagem que a prorrogção da prisão foi analisada com base em um argumento principal: ''O bom andamento das investigações. A defesa pediu a revogação a prisão, pedi ao Gaeco que se manifestasse, e assinei o despacho'', resumiu a magistrada.
Para os advogados de Mendonça, presentes a maior parte da tarde no Gaeco durante os depoimentos de dois funcionários da TCGL - o motorista José Bolivar e o segurança Carlos César Sandi -, não há razões para a ''manutenção de uma medida tão drástica''. ''Não sou de Londrina, mas entendo que está havendo excessos do MP. Há situações de empresários que receberam algum tipo de vantagem e fizeram contraprestação e estão soltos - o Gildalmo está encarcerado e nem indiciado foi'', criticou o advogado Maurycio Correa Neto.
De acordo com o advogado, diferentemente do que disse a ex-mulher de Sandi, em depoimento esta semana ao delegado, nem o segurança, tampouco o motorista teriam levado dinheiro à Câmara, a vereadores, a pedido de Gildalmo. ''Quando iam à Câmara, não passaram da recepção - ainda assim, iam para entregar boletins informativos das atividades da empresa.''
O delegado do Gaeco negou que tenha havido excessos no pedido para que Gildalmo fosse preso - ao mesmo tempo, afirmou que os depoimentos de ontem ''não trouxeram ainda nada de novo aos autos''. Flore disse que na segunda deve encaminhar para perícia o computador do diretor da TCGL.