Na tarde desta quarta-feira (14) foi realizada na 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu (Oeste) a primeira audiência do caso de homicídio de Marcelo Aloizio de Arruda, 66 dias depois do crime. A morte do militante petista ocorreu no dia 9 de julho deste ano, durante sua festa de aniversário realizada na Aresf (Associação Esportiva Segurança Física Itaipu). O réu é o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, que trabalha na Penitenciária de Catanduvas, é fã declarado do presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado do homicídio durante a festa de aniversário de Arruda, que possuía como tema de decoração o PT (Partido dos Trabalhadores). Guaranho é acusado de homicídio duplamente qualificado.

Marcelo Arruda foi assassinado por um agente penitenciário federal e simpatizante do presidente Bolsonaro.
Marcelo Arruda foi assassinado por um agente penitenciário federal e simpatizante do presidente Bolsonaro. | Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Folhapress

A audiência é de instrução e julgamento, e foi agendada pelo Juiz de Direito Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu. A previsão é de que essa primeira audiência dure dois dias, em que serão ouvidos testemunhas e informantes arrolados tanto pelo Ministério Público quanto pela defesa de Jorge José Guaranho. Os peritos da defesa e acusação apresentarão seus laudos e serão ouvidos pelo juiz. Guaranho, que está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, deve prestar depoimento no segundo dia por videoconferência.

No primeiro dia estão sendo ouvidas testemunhas arroladas pelo Ministério Público, e também a esposa de Arruda, a policial civil Pâmela Suellen Silva, que será ouvida presencialmente na condição de informante. Outra pessoa ouvida nesta quarta-feira é um servidor público municipal.

No dia 29 de agosto, Arguello solicitou cópia do contrato de locação do salão de festa e eventuais registros de furtos na associação. Naquele dia, o Juiz também solicitou ao Instituto de Criminalística do Paraná, por conta da supressão de minutos finais de vídeos anexos ao laudo (a partir da meia noite e três segundos até a meia noite, um minuto e 15 segundos), a remessa dos instantes de gravação faltantes ou a apresentação de justificativa da impossibilidade de fazê-lo.

Guaranho é apoiador de Bolsonaro e segundo testemunhos dos participantes da festa chegou a interromper a celebração antes do crime com ameaças aos participantes da festa em função do tema escolhido para a decoração do espaço. Depois de ter sido afastado pelo anfitrião, ele retornou com uma arma e disparou contra Arruda, que também estava armado e reagiu. Arruda morreu, e o policial penal ficou ferido e foi hospitalizado.

A petição inicial foi cadastrada no dia 10 de julho, pela 6ª Subdivisão Policial de Foz do Iguaçu. No mesmo dia, o Juiz de Direito Ariel Nicolai Cesa Dias homologou o auto de prisão em flagrante, mas como o réu estava hospitalizado em estado grave, sem condições de participar da audiência de custódia, determinou à autoridade policial que apresentasse o preso à Central de Custódia no primeiro dia útil subsequente após ele receber alta hospitalar para a realização da audiência de custódia. No dia 11 de julho, Dias converteu a prisão em flagrante em preventiva. Ele recebeu alta do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu, no dia 10 de agosto, após permanecer aproximadamente um mês internado. E foi transferido para o Complexo Médico Penal em Pinhais, já que a Justiça negou que ele cumprisse a pena em prisão domiciliar.

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