Com a revelação do lado hacker dos senadores Antonio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda, os senadores estão cogitando o fim do voto secreto por intermédio do uso do painel.
  A idéia é adotar o sistema de cédula ou bolinhas coloridas, neste caso uma bolinha branca correspondendo ao sim, preta ao não e vermelha à abstenção. Já antecipamos que a vermelha como abstenção vai receber a grita da bancada do PT, é claro. Neste caso muito justa, pois abstenção não é do feitio do partido.
  Mas enquanto nossos senadores não chegam a conclusão simples – e democrática – de acabar com o voto secreto, vamos ajudá-los a resolver este premente e angustiante problema criado pelos tarados violadores do painel eletrônico.
  Eleja abaixo a melhor maneira de votação e depois encaminhe para o seu senador. Nossa democracia depende de você.
 

LÍNGUA DO PÊ Método simples, ao alcance de qualquer senador, mesmo os do Maranhão eleitos pelo Amapá. Pevo-peto-pepe-pela-peca-pessa-peção!
POMBO-CORREIO Cada senador disporá de um pombo individual que levará seu voto até a mesa dos trabalhos.
TINTA INVÍSIVEL Solução baratíssima – portanto favorável à popularidade do Senado neste momento de corte de gastos. Qualquer criança sabe fazer: com suco de limão o senador escreve seu inviolável voto que só poderá ser lido pelo presidente da casa, única pessoa no plenário de posse de uma vela.
TELEFONE DE LATA Sistema infantil e indevassável. Duas latas usadas e um barbante comum. As votações do Senado terão um encanto lírico que também criará uma imagem simpática para a Casa.
MOLEQUE DE RECADOS Uma idéia também simpática para o Senado, pois ajudará a resolver o grave problema das nossas crianças de rua. O senador fala ao ouvido do moleque, que passará o voto para o presidente. No intervalo das votações o moleque pode ser útil também para comprar, cigarros, sanduíches e fazer trabalhos bancários.
CÓDIGO MORSE Um sistema de comunicação arcaico, porém à prova de hackers. Será muito útil também para a comunicação dos senadores com suas bases. Por telegramas.
AVIÃOZINHO Simplicíssimo. Basta um caderno espiral e uma caneta. Depois de escrito o voto é feito – dobrando-se o papel – um singelo aviãozinho que será lançado ao presidente da Casa. O modelo é livre, ficando a escolha democraticamente a cargo de cada senador.