O empresário Maurilio Curi, genro do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB), depõe amanhã no Ministério Público de São Paulo no inquérito que apura o Frangogate. A venda de coxas e sobrecoxas à prefeitura paulistana entre agosto de 1996 e fevereiro passado rendeu cinco meses de uma investigação que agora chega à sua fase decisiva.
Curi terá que explicar sua atuação junto à Obelisco, granja da mulher de Maluf que forneceu frango vivo para a A D’Oro - a empresa que vendeu as coxas e sobrecoxas à prefeitura. Além do suposto favorecimento familiar, negado pelos envolvidos, a A D’Oro pertence ao cunhado de Maluf, Fuad Lutfalla. A mulher do ex-prefeito disse que nunca trabalhou na Obelisco, mas seu nome aparece em movimentações de capital da empresa na Junta Comercial.
Segundo Sylvia Maluf, Curi era o diretor responsável pela empresa. O inquérito apura as relações entre as empresas e suas ligações com a Rineos, uma empresa de fachada uruguaia que colocou US 7 milhões na A D’Oro entre 1991 e 1996. Depõe também amanhã o advogado Oscar Martin Renaux Niemeyer, que ajudou a formar a Rineos no Uruguai e é até hoje considerado legalmente seu presidente - embora diga que deixou a empresa e o cargo em 1991.
Segunda e terça também irão depor jornalistas que escreveram que a primeira-dama Nicéa Pitta ganhava dinheiro vendendo frango - ela nega, afirmando que apenas foi estagiária não-remunerada da A D’Oro.