O secretário municipal de Defesa Social, Felipe Juliani, disse em entrevista à FOLHA que o objetivo da GM (Guarda Municipal) é combater criminosos, e não as pessoas em situação de rua em Londrina. Uma das primeiras ações da gestão Tiago Amaral (PSD), a operação Choque de Ordem tem chamado a atenção pelas abordagens em mocós e imóveis abandonados - e, consequentemente, aos moradores de rua e usuários de droga.

A GM divulgou um balanço nesta segunda-feira (6) apontando que, desde sexta (3), os agentes haviam ido a 25 pontos considerados "estratégicos", incluindo 15 imóveis abandonados no centro. Durante a operação, 136 pessoas foram abordadas, o que resultou em quatro indivíduos detidos por tráfico de drogas e dois mandados de prisão cumpridos contra foragidos da Justiça. Ainda foi identificado o caso de uma tornozeleira eletrônica rompida.

Também foram apreendidas drogas como crack e maconha, além de dinheiro proveniente do tráfico. Na tarde desta segunda, os agentes localizaram 23 pinos de cocaína e duas porções de maconha escondidos no Bosque Central. Por volta das 16h20, outra equipe da GM flagrou um homem realizando tráfico de drogas no anfiteatro do Zerão. Com ele, foram localizadas dezenas de porções de crack e duas porções de maconha, e o suspeito foi conduzido à delegacia.

Juliani afirmou que a operação não tem data para terminar e que os trabalhos continuarão para entregar um centro mais seguro para as “pessoas de bem” de Londrina.

“A missão é trazer mais segurança para o povo. Vamos, juntamente com as outras secretarias, tanto fazer a limpeza criminosa da região quanto as outras secretarias vão entrar para fazer a limpeza do mato, a pintura do que precisa ser pintado. A Secretaria de Assistência [Social] para ajudar as pessoas que precisam e querem ajuda, assim como a Saúde", disse.

Questionado se a GM vai manter um perfil de polícia sob seu comando, ele ressaltou que caberá à Guarda “cuidar da parte de segurança do povo de londrina”. Juliani ainda citou o desejo de aumentar o efetivo da corporação, que possui atualmente cerca de 350 guardas.

“O nosso prefeito está juntamente com o secretário de Planejamento [Marcos Rambalducci] calculando os impactos do novo chamamento da GM. Acredito que devemos chegar a uma solução em breve”, acrescentou.

A operação vai continuar acompanhando a situação de mocós da cidade, como o imóvel conhecido como “Tijolinho”, localizado entre a avenida Leste-Oeste e a rua Ouro Preto.

“Esses imóveis não estão no ‘centrão’ de Londrina, mas a ‘galera’ vai para o centro pedir moeda e desce lá para fumar pedra [de crack] nesses locais. Sobe no centro, furta alguma coisa e desce para trocar por droga”, argumentou Juliani. “É isso que queremos combater, não o morador de rua. Em momento algum nossa ideia é o combate ao morador de rua, e sim ao criminoso que está ali, ao traficante, ao cara que está cometendo delitos.”

A reportagem solicitou um posicionamento da Prefeitura sobre o papel da pasta de Assistência Social, comandada pela empresária Marisol Chiesa, no apoio à operação. As equipes da Assistência Social, do dia 1° até esta segunda, fizeram 150 abordagens e 73 pessoas aceitaram ser atendidas e encaminhadas ao Centro Pop.

Durante a campanha eleitoral, Amaral prometeu uma ação integrada entre as secretarias municipais para enfrentar o aumento da população em situação de rua.