Gianoto pretende devolver parte do dinheiro desviado
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quinta-feira, 08 de março de 2001
Marcos Zanatta De Maringá
O ex-prefeito de Maringá, Jairo Gianoto (sem partido), estuda a possibilidade de devolver aos cofres públicos as duas colheitadeiras compradas com cheques da prefeitura (avaliadas em R$ 200 mil) e os R$ 549 mil desviados do município e depositados na conta particular dele. A informação foi confirmada ontem por um dos advogados de Gianoto, Antônio Mansano Neto. O que entrou no patrimônio dele com recursos dos cofres públicos, sem ele saber, poderemos devolver de imediato.
Segundo o advogado, a devolução não precisa ser feita necessariamente no final do processo. Como foi prefeito, ele quer mostrar que não tinha nenhuma ligação com os desvios, afirmou. Ele não quis falar se a intenção é devolver também os silos e os recursos do município usados na compra dos insumos para o plantio da última safra na propriedade de Gianoto.
No final de fevereiro, a Justiça acatou pedido do Ministério Público (MP) e sequestrou cinco colheitadeiras (três são do ex-secretário de Fazenda, Luis Antônio Paolicchi), dois silos e a safra da fazenda do ex-prefeito, que tem 3.630 hectares. A safra da propriedade de Paolicchi, com 5,6 mil hectares, também está sequestrada. As propriedades ficam em Nova Mutum (MT). O promotor de Defesa do Patrimônio Público, José Aparecido da Cruz, disse ontem que não existem obstáculos para a devolução, que deve ocorrer dentro do processo.
Ontem foi tornada pública a defesa de Gianoto, entregue terça-feira, na 1ª Vara Cível, onde corre uma ação de improbidade administrativa contra ele, Paolicchi e outros três servidores. O ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Artagão de Mattos Leão e outro funcionário do órgão, Duílio Bento, são acusadas pelo ex-prefeito de terem pedido a manuteção de Paolicchi na secretaria. Duílio e Mattos Leão negam todas as acusações. Os advogados informam que pessoas influentes na sociedade fizeram o mesmo apelo.
Sobre os R$ 549 mil da prefeitura encontrados na conta dele, Gianotto garante que são serviços prestados para Paolicchi, já que ele administrou a propriedade dele entre outubro de 1997 e setembro de 2000. No depoimento que prestou à Justiça Federal, no dia 23 de fevereiro, Paolicchi negou esta informação.