O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), braço do Ministério Público do Paraná, ofereceu denúncia na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná contra o prefeito de Jataizinho (Região Metropolitana de Londrina), Dirceu Urbano (PSC), dois servidores municipais e quatro empresários por desvio de dinheiro dos cofres do município.

Imagem ilustrativa da imagem Gaeco oferece denúncia contra prefeito de Jataizinho

Conforme investigação do Gaeco, peças do veículo oficial (utilizado pela pelo departamento de ação social) foram adquiridas em abril de 2019 num ferro-velho, entretanto, o serviço foi executado por um mecânico contratado informalmente. O custo real do conserto foi de R$ 1.875,00, mas o município pagou R$ 6.145,00.

Segundo o MP, quando o servidor chefe do setor de obras soube do problema no veículo, passou a combinar com o empresário o desvio para benefício de todos, tendo o prefeito tido conhecimento e consentido com a situação. Ainda conforme o Gaeco, coube ao diretor de ação social, em conluio com os demais citados, "dar aparência de legalidade ao processo de compra, e assim, propiciar a apropriação do dinheiro público pelos denunciados nos moldes preestabelecidos e coube a ele dolosamente formalizar a solicitação de empenho dos valores que seriam apropriados ilicitamente", escreveram os promotores de Justiça Jorge Barreto da Costa e Leandro Antunes.

O fato foi descoberto por interceptação telefônica e é um desmembramento de investigações realizadas no âmbito da Operação Déjà Vu, iniciadas em São Jerônimo da Serra (Norte), que apuraram que em abril de 2019 os denunciados, entre eles o prefeito da cidade, João Ricardo Mello, uniram-se para desviar dinheiro público, usando notas fiscais “frias” emitidas pelos proprietários da mesma empresa de ferro-velho que teria acobertado o pagamento pelo conserto de um veículo da prefeitura.

Os promotores pedem que o TJ avalie a perda do cargo, função ou mandato eletivo eventualmente ocupado pelos envolvidos. O Gaeco ainda exige o ressarcimento dos valores, com juros e multas para retorno aos cofres de Jataizinho.

A FOLHA não conseguiu contato com o prefeito Dirceu Urbano. Ele não estava no gabinete e não retornou as ligações. O espaço está aberto para o pronunciamento dele ou da defesa do gestor.