Resultado preliminar da Operação Déja Vu, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MPPR (Ministério Público do Paraná) decidiu denunciar 23 pessoas. Entre elas, está o prefeito João Ricardo de Mello (Cidadania), de São Jerônimo da Serra, no Norte Pioneiro, como parte de um suposto esquema de irregularidades em licitações no município. Os promotores decidiram por oferecer quatro denúncias, sendo duas delas em segunda instância por se tratar do chefe do executivo, que tem foro privilegiado. “Decidimos desta forma porque facilita a análise do juiz”, explica o promotor Leandro Antunes. Atualmente dez dos envolvidos seguem presos, incluindo o prefeito.

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politica coletiva imprensa gaeco iptu ft saulo ohara folha de lo ndrina 24 05 2018 | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

A primeira denúncia aponta 11 pessoas, entra elas o vice-prefeito Laércio Correia (Cidadania), pelos crimes de organização criminosa, crimes de responsabilidade, e corrupção ativa e passiva. A segunda denúncia indica 19 pessoas, sendo oito delas já citadas anteriormente, e trata de uma série de outros crimes correlatos. “Há uma parte das pessoas envolvidas que aparece apenas em um fato, os responsáveis por grande parte dos acontecimentos estão nas duas denúncias”, explica o promotor de São Jerônimo da Serra, Danillo Paes Leme. Os documentos apresentam conversas entre os envolvidos e incluem imagens de alguns com pilhas de dinheiro e cheques. As investigações se iniciaram há um ano e permanecem em curso. O prejuízo causado ao município é de aproximadamente R$ 230 mil.

O esquema apontado pelo MPPR era formado por fraudes no fornecimento de peças de veículos oficiais da prefeitura para carros particulares, além de superfaturamento na merenda e em produtos hospitalares. Entre os fatos listados pelos promotores, o que chama atenção é o pagamento que teria sido exigido por um dos envolvidos: um carro modelo Classic. Outro citado teria utilizado a mão de obra do município para consertar um trator próprio. Também são listados uma série de serviços prestados com máquinas e funcionários da prefeitura local em propriedades privadas, sem a devida cobrança de taxas ou seguindo os critérios de interesse público.

DEFESA

Responsável pela defesa do prefeito e do vice-prefeito, o advogado Maurício Carneiro afirmou que ainda não teve acesso ao texto das denúncias. “Baseado nos fatos preliminares já apresentados, o que fica claro é que todos os fatos relatados citam o prefeito, mas não foram cometidos por ele. Ele é um homem religioso e honesto. Tem a consciência tranquila”, disse. Sobre Correia, ele declarou que é uma pessoa respeitada e que irá provar sua inocência.