Gaeco de Londrina pode ficar sem delegado até próximo concurso público
Ofício da Polícia Civil para o Conselho Municipal de Transparência de Londrina justifica ausência de designação pela falta de servidores públicos
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
Ofício da Polícia Civil para o Conselho Municipal de Transparência de Londrina justifica ausência de designação pela falta de servidores públicos
Luis Fernando Wiltemburg - Grupo Folha
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Londrina deve permanecer sem delegado até a nomeação dos futuros profissionais contratados por concurso público, já autorizado pelo governador Ratinho Junior (PSD). A falta de profissionais foi admitida pela Sesp (Secretaria de Segurança Pública) do Paraná em resposta a questionamento do CMTCS (Conselho Municipal de Transparência e Controle Social) de Londrina.
A resposta é datada de 25 de outubro a um ofício do CMTCS de 18 de setembro, que cobra da Comel (Coordenação da Região Metropolitana de Londrina) “informações e providências” acerca da ausência de delegado. O último a ocupar o posto, Alan Flore, deixou Londrina quando assumiu cargo na Divisão de Combate à Corrupção, criada pelo governador Ratinho Junior (PSD) em janeiro deste ano.
Segundo o ofício de resposta, assinado pela delegada Alison Paludzyszyn de Souza, não há servidores ocupantes do cargo de delegado de polícia disponíveis para a designação para o Gaeco de Londrina e a remoção de funcionário lotado em outro local poderia “acarretar prejuízo na unidade onde atualmente desempenha as funções”.
O ofício ainda salienta a autorização de contratação de mais funcionários por concurso, o que ainda não tem prazo de conclusão. “Dentro do volume de serviços que se tem junto ao Gaeco, não é pouco, é uma demanda elevadíssima de processos. O concurso não tem precisamente quando vai acontecer e não sabemos quando serão chamados, mas nossa demanda é urgente”, afirma.
Os concursos para contratação de 3.000 agentes de segurança, que prevê o ingresso de 50 delegados, 50 papiloscopistas e 300 investigadores para Polícia Civil do Paraná, consta na proposta do governador Ratinho Junior para conseguir a anuência de reajuste parcelado nos salários dos servidores públicos, em julho deste ano. A medida pretende recompor o quadro de servidores estaduais e abrange também outras categorias. A corporação já foi autorizada a fazer o concurso, mas os editais ainda não foram divulgados.
SUPRIDO PELA METADE
O Paraná tem oito núcleos regionais do Gaeco, mas apenas quatro têm delegados designados. Enquanto Curitiba, Ponta Grossa, Maringá e Francisco Beltrão estão supridos, as unidades de Londrina, Cascavel, Guarapuava e Foz do iguaçu enfrentam dificuldade para obter a designação, segundo o coordenador do órgão de combate à corrupção no Paraná, o promotor Leonir Batisti. Cada unidade tem espaço para um delegado apenas.
A nomeação é feita pela Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público, e Batisti afirma que entende a dificuldade, devido à falta de pessoal. “Eu compreendo que não existe folga, mas, por outro lado, o delegado do Gaeco sempre atua em conjunto com as polícias Civil e Militar em outras ações", afirma.
Questionada pela reportagem, a Polícia Civil do Paraná informou apenas que "já realiza tratativas com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado a fim de disponibilizar um delegado para o órgão, em Londrina." Mas, o órgão não adiantou prazos.