O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), braço do MP (Ministério Público) do Paraná, cumpriu nesta quinta-feira (2) 16 mandados de busca e apreensão em investigação que apura possível associação criminosa que estaria atuando para ocultar valores pertencentes ao ex-diretor geral da AL (Assembleia Legislativa) do Paraná (Alep), Abib Miguel, o Bibinho. As ordens judiciais são cumpridas no Paraná, em São Paulo e em Goiás.

O ex-diretor geral é réu em diversas ações propostas a partir de investigações do caso que ficou conhecido como “Diários Secretos” e que apuraram desvios de recursos públicos na Assembleia Legislativa. Dois mandados foram cumpridos em Curitiba, um em Ribeirão Preto (SP), dois em Ipuã (SP), dois em Goiânia (GO), sete em São João da Aliança (GO), um em Formosa (GO) e um em Flores de Goiás (GO).

Imagem ilustrativa da imagem Gaeco cumpre mandados em propriedades de pessoas ligadas ao ex-diretor da AL
| Foto: Arquivo FOLHA

As determinações judiciais, expedidas pela 4ª Vara Criminal de Curitiba, envolvem buscas em sete residências, sete fazendas e duas empresas (uma de sementes e outra de aviação agrícola) e têm como alvo, além do ex-diretor da Alep, a filha dele, um administrador de suas propriedades, três empresários da área agrícola e um suposto segurança, que seria ex-policial militar. De acordo com apurações do MP, o grupo estaria atuando, a partir de diferentes formas de falsificação ou simulação, para ocultar valores oriundos de exploração agrícola de propriedades rurais pertencentes ao ex-diretor-geral que foram objeto de sequestro judicial, inclusive com determinação de perdimento por ordem da Justiça do Paraná, no âmbito das ações judiciais em que o ex-gestor é réu.

ESQUEMA

Em janeiro do ano passado, o Tribunal de Justiça tornou nula as provas contra Bibinho no processo dos Diários Secretos. O novo julgamento em segundo grau ainda não foi marcado.

Bibinho está preso no Complexo Médico Legal, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. O ex-diretor foi preso e solto mais de uma dezena de vezes. O esquema de funcionários fantasmas na AL teria movimentado cerca de R$ 200 milhões, segundo o Ministério Público. Na Justiça correm 22 ações judiciais do Diários Secretos, sendo 14 processos cíveis e outros 8 criminais. A FOLHA não conseguiu contato com a defesa do ex-diretor da AL. (Com informações do Ministério Público)

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