Foz: hoteleiros pedem que Lerner tenha bom senso
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segunda-feira, 10 de novembro de 1997
Antonio França Foz do Iguaçu
O presidente do Sindicato de Hotéis de Foz do Iguaçu e Região, Carlos Tavares, disse ontem que vai pedir a interferência do presidente da Paraná Turismo, Wádis Benvenutti, na negociação da dívida de R$ 569.380,79 que o governo do Estado contraiu durante a realização dos Jogos Mundiais da Natureza, entre 27 de setembro e 5 de outubro. Esses valores representam 11.375 diárias diárias e refeições fornecidas por 25 hotéis da região a atletas e pessoal de apoio.
O secretário da Fazenda, Giovani Gionédis, disse na semana passada que o governo só irá reembolsar os hotéis que estiverem em dia com seus impostos. os que estiverem atrasados, segundo o secretário, terão seus créditos abatidos da dívida.
Tavares disse que vai conversar hoje com os hoteleiros da região e marcar uma assembléia para definir uma estratégia para receber os créditos. O presidente da entidade, que chegou a ameaçar recorrer à Justiça para cobrar a dívida, quer evitar um confronto e disse acreditar no bom senso do governo.
O empresário Ermínio Gatti, dono de um dos maiores hotéis do Paraná que serviu de Comitê Central dos Jogos, é um dos maiores credores do governo. Ele disse que não acredita que será preciso entrar na Justiça. Essa informação de que o governo não quer pagar é conversa pequena dentro do próprio governo. Não acho que o governador Jaime Lerner dará essa mancada com os hoteleiros e acredito que ele não pensa como o secretário Gionédis, disse.
O secretário da Fazenda acusa a maioria dos proprietários de hotéis de Foz do Iguaçu - que passam por sérias dificuldades financeiras - de estar devendo cerca de R$ 1 milhão com o recolhimento do ICMS. Por que vou pagar uma dívida se eles me devem muito mais? Só quem não tiver débito vai receber. Quem deve terá que negociar, avisou Gionédis.
Gatti alega a maioria não se nega a pagar o imposto, mas está havendo problemas de interpretação na legislação. Segundo ele, o recolhimento de imposto de hotéis, que prestam serviços, são diferenciados dos tributos de restaurantes, que vendem comida, e isso burocratiza o recolhimento e acaba confundindo donos de hotéis na hora de pagar seus tributos, alega.