O presidente Fernando Henrique Cardoso deverá desembarcar hoje em São Paulo. O agravamento da saúde do governador licenciado Mário Covas preocupou o presidente, que mobilizou o Gabinete Militar da Presidência, caso precisasse viajar ontem mesmo. Depois de conversar por telefone com o governador em exercício, Geraldo Alckimin, Fernando Henrique decidiu ficar mais um dia na Fazenda Córrego da Ponte, em Buritis (MG), onde está desde sexta-feira. De acordo com o secretário estadual de Comunicação, Oswaldo Martins, Fernando Henrique telefonou para Alckmin, por volta das 15h30, para transmitir ‘‘um abraço’’ a Covas.
O presidente pediu para ser informado ‘‘de tudo’’ sobre o estado de saúde do governador. Uma equipe de pilotos da Força Aérea Brasileira ficou de prontidão para decolar tão logo Fernando Henrique determinasse e funcionários do Planalto seguiram hoje para São Paulo para preparar sua chegada.
A complicação do quadro de saúde de Covas antecipou o fim do Carnaval da cúpula tucana, que estava no exterior, e dos líderes partidários, em descanso nos seus Estados. O ministro da Saúde, José Serra, o secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, e o secretário de Comunicação, Andrea Mattarazzo, estão voltando da Itália.
O líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (SP), um dos tucanos mais próximos a Covas, passava o feriado de Carnaval nos Estados Unidos, mas, com a piora do governador, ele embarcou ontem à noite e chegará hoje a São Paulo.
A direção nacional do PSDB pretendia fretar um avião para facilitar o transporte dos seus líderes para São Paulo. O líder tucano na Câmara, Jutahy Magalhães Júnior (BA), aguardava ontem as providências para se deslocar de Salvador.
No mesmo avião deviam embarcar o presidente do PSDB, senador Teotônio Vilela Filho (AL), que estava na Bahia, e o líder no Senado, Sérgio Machado (CE), que se encontrava em Fortaleza. ‘‘Estou torcendo pela recuperação de Covas’’, disse Machado. Por causa do carnaval, os vôos estavam lotados e a única opção dos tucanos nordestinos foi fretar um avião.
O ex-presidente da Câmara Michel Temer (PMDB-SP), apontado como um dos candidatos ao governo paulista, estava ontem no interior e deve chegar hoje cedo à capital. Em Santa Catarina, o governador Espiridião Amin e o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disseram que também deveriam viajar para São Paulo, caso a situação do governador paulista se agravasse.