O ex-vereador Alvair Avelino de Souza (PSB), que presidiu a Comissão Suprapartidária criada pela Câmara para investigar doações de terrenos públicos, culpa o próprio Legislativo por não ter conseguido concluir os trabalhos iniciados há quatro anos. Alvair afirmou ontem à Folha que a comissão fez um levantamento de pelo menos 150 áreas doadas pela prefeitura. ‘‘Foi uma pena a Câmara não concluir os trabalhos. Passei para a assessoria da Câmara mas simplesmente não concluíram alegando que não havia funcionários e não podiam pagar hora extra’’, lamentou.
Alvair afirmou que durante o trabalho descobriu diversas irregularidades, como um terreno doado para um creche na Vila Casoni (área central), mas que serviu para a construção de uma residência. Outra ‘‘quadra inteira’’ no Vale San Fernando teria sido doada para outra creche. ‘‘No final da legislatura passada os diretores da creche foram à Câmara reclamar que o local estava abandonado’’, afirmou.
Na avaliação de Alvair, a Câmara deve continuar o levantamento e concluir os trabalhos, porém deveria abrir uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar as doações de imóveis públicos. ‘‘Não adiantaria levantar 500 terrenos, levantamos 150 imóveis e ficou por isso mesmo. O trabalho não foi concluído.’’ Na sessão de terça-feira, o pedido de CEI, do vereador Jamil Janene (PDT) foi derrubado por 20 votos a 1.
A necessidade de manter a Comissão Suprapartidária foi um dos argumentos alegados para não abrir a CEI dos terrenos, proposta por Jamil. Somente o autor da proposta votou pela abertura da comissão. Durante a sessão de terça-feira o presidente da Câmara, Tercílio Turini (PSDB), afirmou que a Comissão Suprapartidária deve concluir seus trabalhos no primeiro semestre deste ano, como prevê a Lei Orgânica do Município. A proposta de abrir a CEI surgiu com a polêmica sobre a existência da escola agrícola, no terreno doado em 98 pela Câmara para a construção do Centro de Eventos de Londrina. (L.R.)