Morreu ontem, na cidade do Rio de Janeiro, o pioneiro londrinense Nelson Maculan, aos 88 anos de idade. Ele foi vítima de uma infecção generalizada decorrente de uma cirurgia de vesícula realizada há cerca de 10 dias. O corpo do pioneiro foi enterrado na tarde de ontem. Nelson Maculan deixa a mulher, Edda, os filhos, Edda Maria e Nelson Maculan Filho, oito netos e um bisneto.
Nascido em Santana do Parnaíba (SP), Maculan chegou em Londrina em meados da década de 30, sendo um dos primeiros vereadores da cidade. Ele presidiu a Associação Rural de Londrina, atual Sociedade Rural do Paraná, e foi condecorado cidadão honorário de Londrina e do Paraná. Em 1958, no governo Juscelino Kubitschek, liderou os cafeicultores do Paraná no movimento de contestação à política cambial imposta à lavoura, que se configurou na chamada Marcha da Produção.
Em outubro de 1958, elegeu-se suplente de senador pelo Paraná, pelo PTB. Ocupou uma cadeira no Senado em fevereiro de 1960, com a morte do titular, Ablon de Sousa Naves, do Partido Trabalhista Brasileiro. Ainda em 60, foi derrotado na eleição de governador do Paraná para Ney Braga. Em 1963, Maculan assumiu a presidência do Instituto Brasileiro do Café (IBC) e representou o governo brasileiro por ocasião da implantação do escritório e do entreposto de café em Trieste, na Itália, chefiando a delegação brasileira no encontro da Organização Internacional do Café, em Londres. Após deixar o IBC, retornou ao Senado onde permaneceu até 1967.
Em novembro de 1974, elegeu-se deputado federal pelo MDB. Depois de encerrar o mandato, se afastou da política e passou a atuar no ramo de exportação de café, vindo a prestar consultoria a diversas empresas no Rio de Janeiro.