O advogado Adyr Sebastião Ferreira, ex-presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Londrina, informou que irá recorrer da sentença da juiza de Assaí, Denise Terezinha Corrêa de Melo Krueger. Ele foi condenado junto com o ex-prefeito de Assaí, José Carlos da Cruz, por improbidade administrativa. A sentença foi publicada do dia 10 de abril.
Segundo a denúncia, oferecida em junho do ano passado pelo promotor Renato de Lima Castro, Ferreira foi contratado para a função de procurador jurídico de Assaí, porém teria defendido interesses particulares de Cruz. ‘‘A jovem juíza, digna do meu maior respeito, usou palavras inadequadas para manchar a vida de um homem que jamais teve uma nódoa sequer em sua carreira. Os fatos que ela (juíza) colocou em nenhum momento autorizam chamar alguém de criminoso como ela me chamou. Ímprobo e criminoso são a mesma coisa’’, defendeu-se.
De acordo com Ferreira, a juíza viu um delito no fato de que em 1992 ele advogou para o ex-prefeito Cruz – que em 1997, cinco anos mais tarde, o nomeou procurador jurídico. Ele argumentou que na época em que defendeu Cruz (92) seu cliente não era prefeito nem ele era advogado do município. ‘‘Eis aí meu delito. A consciência de qualquer semi-alfabetizado pode chegar a conclusão de que não houve delito algum. O que parece verdadeiro à luz da vela não será verdade à luz do sol’’, comentou.
Na avaliação de Ferreira, na sentença a juíza não faz qualquer menção de que ele tenha praticado desvios. ‘‘A própria leitura da sentença demonstra que em nenhum passo ela me acusa de haver desviado um grão de areia sequer do município de Assaí, em nenhum passo diz que eu agi contra qualquer instituição de legalidade. Quem ler a sentença chega a absoluta certeza de que eu estaria sendo absolvido, só ela (juíza) entendeu que eu não poderia ser absolvido.’’
Ferreira não quis comentar a denúncia oferecida pelo Ministério Público. ‘‘Quanto ao Ministério Público, eu não tenho nada a falar sobre esse indivíduo (promotor Renato Castro), minha conversa será na Corregedoria-Geral de Justiça, onde apresentei uma representação e estranhamente ainda não há nada.’’ (L.R.)