Da Redação
O ex-diretor-presidente da Companhia Municipal de Urbanização (Comurb), Kakunen Kyosen, prestou novo depoimento, ontem à tarde, ao Ministério Público (MP), que investiga irregularidades na prefeitura. Ele esteve acompanhado do advogado Ronaldo Neves, que disse que seu cliente era presidente de direito, mas não de fato. Segundo o advogado, quem realmente comandava a companhia era o ex-diretor-administrativo-financeiro da Comurb, Eduardo Alonso e o gabinete – o prefeito Antonio Belinati (PFL) e seus secretários.
Kyosen foi uma das pessoas citadas no depoimento de Belinati, na segunda-feira. O prefeito teria dito que secretários e assessores que fizeram e fazem parte da administração tinham envolvimento direto nas denúncias de desvios. Belinati negou que soubesse das irregularidades, alegando que dava autonomia às autarquias e companhias.
Ao contrário do que o prefeito disse em depoimento, Neves afirmou ontem que Kyosen era apenas um diretor-presidente de direito. ‘‘Ele permanecia na Comurb meia hora, uma hora, pela manh㒒, disse. ‘‘Kyosen nunca participou de reuniões que tratavam de assuntos referentes à Comurb’’.
O advogado disse também que seu cliente não teve participação ativa na campanha eleitoral do deputado estadual Antonio Carlos Belinati (PSB). ‘‘Ele assinou o relatório como contador para efeito de prestação de contas no Tribunal Regional Eleitoral’’, afirmou.
Alonso negou ontem que dava ordens na Comurb e jogou a responsabilidade para o prefeito. ‘‘Ele (Kyosen) assim como todos os funcionários da Comurb estava à mercê das ordens do gabinete e como o gabinete é o prefeito, só cabia a gente obedecer’’, afirmou. Belinati foi procurado através de sua assessoria, mas não foi encontrado.
Amanhã, o promotor estará em Curitiba para tomar mais dois depoimentos a respeito das denúncias envolvendo desvio de recursos na administração municipal de Londrina.