O ex-diretor-superintendente da Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensão dos Servidores Municipais de Londrina (Caapsml), José Roberto Fróes da Motta, foi ontem à Câmara dar explicações sobre as compras de medicamentos que realizou durante sua gestão. Motta disse que tomou a iniciativa porque ainda não havia tido a oportunidade de esclarecer os questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas do Estado (TC), que considerou irregular a compra de remédios sem licitação.
Ele mostrou aos vereadores uma lista de todos os medicamentos adquiridos em 1998 e 1999, afirmou que não houve irregularidades e que não agiu de má-fé. ‘‘Não houve desvios, a irregularidade apontada pelo Tribunal existe há 30 anos, com a aprovação do próprio TC.’’ Segundo ele, a dispensa de licitação ocorre porque o processo demora cerca de 30 dias e, com isso,‘‘não é possível conseguir descontos para os medicamentos’’. Outro problema apontado por José Roberto da Motta é que a licitação exigiria a compra pelo princípio ativo (nome farmacológico). ‘‘Se você chegar com uma receita para comprar Novalgina, o farmacêutico não pode vender dipirona’’. exemplificou.
Segundo o ex-superintendente, em 98 foram comprados R$ 3,1 milhões em medicamentos e, com os descontos obtidos, pela Caapsml ‘‘houve uma economia de R$ 41 mil’’. Já em 99 foram comprados R$ 3,7 milhões em medicamentos, com desconto de R$ 73 mil. José Roberto Fróes da Motta entende que houve ‘‘um aproveitamento político’’ sobre a auditoria realizada pelo TC na prefeitura. ‘‘Não acho, tenho certeza. Não sei se houve má-fé ou desinformação, mas eu tenho documentos mostrando que não houve desvios’’.