Agência Folha
De São Paulo
A Justiça do Maranhão decidiu que o ex-deputado José Gerardo de Abreu será levado a júri popular por homicídio qualificado e formação de quadrilha, no caso do assassinato do delegado Stênio Mendonça. O delegado foi morto em 1997, quando investigava o roubo de uma carreta encontrada em uma garagem usada pelo então deputado. Abreu, acusado de ser um dos mandantes, nega envolvimento.
Além do ex-deputado, serão julgados pelos mesmos crimes o delegado Luís Moura; sua mulher, a agente da Polícia Ilce Gabina; o sobrinho dela, o ex-agente Jorge Gabina, e o estudante Máximo Moura Lima.
Moura e sua mulher teriam participado de uma reunião no sítio do casal, durante a qual teria sido tramada a morte. Lima teria monitorado os passos do delegado até a hora do crime, e Jorge, cedido o carro aos pistoleiros. Os quatro negam participação no crime. Seus advogados disseram que vão recorrer.
Um dos advogados de Abreu, Pedro Jarbas, disse que vai recorrer até a última instância. ‘‘Observamos a parcialidade, o peso do julgamento político. Tecnicamente, era perfeitamente cabível a impronúncia (decisão de não levar a julgamento), mas existe o dito clamor público, a comoção social’’, afirmou.
O juiz José Joaquim Figueiredo dos Anjos determinou ainda abertura de inquérito para investigar o ex-deputado Francisco Caíca (PSD) por falso testemunho. Em depoimento na Justiça, Caíca isentou José Gerardo de envolvimento no crime, ao contrário do que havia dito na CPI do Crime Organizado e na Gerência de Segurança.