Imagem ilustrativa da imagem 'Eventuais divergências devem ser decididas no voto', diz Belinati sobre 7 de setembro
| Foto: Emerson Dias/n.com

No dia seguinte após o feriado da Independência em Londrina, o prefeito Marcelo Belinati (PP) foi questionado sobre os protestos que ganharam as principais ruas da cidade no dia 7 de setembro. O prefeito não apareceu publicamente no feriado nem nas manifestações e tampouco no hasteamento da bandeira no Centro Cívico, evento alusivo à data no qual foi representado pelo vice-prefeito, João Mendonça (PP), e por secretários do primeiro escalão. Entretanto, em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (8), o chefe do Executivo municipal classificou de "legítima" a manifestação dos apoiadores de Bolsonaro com ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal), mas pregou o uso de máscaras e álcool em gel, em referência à pandemia, que ainda não acabou.

"O momento é de união do país, não de conflito. Estamos passando um momento muito delicado da economia. O arroz está R$ 30,00, a gasolina beirando a R$ 7, o quilo de carne, muitas vezes, a R$50,00. O que precisamos é unir todos os segmentos, a classe política, o Judiciário, os empresários e as instituições para que o país passe por esse momento bem delicado, é esse meu sentimento. Toda a manifestação sempre foi e sempre será legítima, faz parte do processo democrático. Eventuais divergências políticas devem ser decididas no voto e ano que vem tem eleição, mas temos uma coisa muito urgente, que é fazer o país caminhar", disse o prefeito.

No twitter, no dia das manifestações, Belinati foi mais enfático e disse que os dois movimentos - pró e contra Bolsonaro - estavam errados. "Acabei de ver partidário do presidente Bolsonaro defendendo a ruptura institucional, um golpe de Estado. Por outro lado, vi opositores do presidente defendendo o impeachment. Minha opinião: os dois estão errados", escreveu o prefeito.

Marcelo Belinati pertence ao PP, principal expoente do centrão, bloco político que hoje apoia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Apesar de ser do partido liderado pelo líder do presidente, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), o prefeito tem evitado entrar em polêmicas ideológicas. Desde as eleições municipais de 2020 tem se manifestado contra tratamentos médicos sem comprovação científica no combate à Covid-19 defendidos publicamente pelo presidente.

CÂMARA

Entre os vereadores, a ala bolsonarista da Câmara Municipal compareceu em peso aos protestos de 7 de setembro que tiveram entre as bandeiras ataques aos ministros do STF. A vereadora Jessicão (PP), uma das lideranças do movimento em Londrina, participou do ato em Brasília (DF) na terça-feira. Já os vereadores Santão (PSC) e Giovani Mattos (PSC) marcaram presença nos atos aqui na cidade e fizeram publicações em redes sociais.

A vereadora Lenir de Assis (PT), única representante de partido de esquerda na Casa, usou as redes sociais para divulgar eventos do chamado "Grito dos Excluídos", organizado por movimentos sindicais e pastorais sociais, tradicionalmente na data do feriado da Independência.

Outros vereadores, no entanto, usaram as redes sociais para lembrarem a data de uma maneira mais genérica em referência patriótica, mas sem mensagens de ataques ao STF e outras instituições.