Estado precisa centralizar informações sobre o tráfico
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2000
Estado precisa centralizar
informações sobre o tráfico
O delegado Adauto de Oliveira, chefe do Grupo Fera, defendeu ontem a extinção da Delegacia de Antitóxicos de Curitiba. De acordo com ele, é inaceitável que duas delegacias que trabalham com áreas afins não tenham qualquer tipo de contato. Recebo as informações sobre prisões no interior do Estado. Mas não recebo qualquer tipo de informação da Antitóxicos de Curitiba, declarou ele.
A solução para a centralização de informações, de acordo com Oliveira, seria a criação de uma Divisão de Repressão ao Narcotráfico já defendida por alguns deputados da Comissão Especial de Investigação (CEI) da Assembléia Legislativa. A divisão teria três setores que funcionariam conjuntamente: o setor de inteligência (que faria o mesmo que o Grupo Fera, com o trabalho ativo de investigação), o setor tático (para a realização de barreiras e operações especiais) e o setor administrativo (para o registro de flagrante, carceragem de presos e área burocrática).
O desentrosamento entre os setores de narcotráfico da polícia já é antigo. Nesta semana, a Delegacia de Antitóxicos apresentou duas quadrilhas especializadas no tráfico de drogas no Estado e que foram presas e autuadas em flagrante. Questionado sobre a falta de trabalho conjunto entre a Antitóxicos e o Grupo Fera, o delegado Alcimar de Almeida Garret, titular da delegacia, afirmou que o trabalho das duas delegacias era distinto. Pressionado pela reportagem da Folha, ele resolveu se omitir. Não posso responder sobre isto, se limitou a dizer.
O delegado geral da Polícia Civil, João Ricardo Képes de Noronha, afirmou ontem que não tem a intenção de extinguir a Delegacia de Antitóxicos. Não há como se pensar em extinguir este órgão, pelo menos, por enquanto, declarou. (L.P.)