Bruna comemora ao lado do pai, Marinho Casanova, que não pôde assumir o mesmo cargo por ter o registro cassado
Bruna comemora ao lado do pai, Marinho Casanova, que não pôde assumir o mesmo cargo por ter o registro cassado | Foto: Gustavo Carneiro



Bruna Casanova (PP) em Primeiro de Maio (Região Metropolitana de Londrina) e Carlão Messias (PTB) em Nova Fátima (Norte Pioneiro) são os dois últimos prefeitos escolhidos no Paraná em eleições suplementares realizadas neste domingo (6). Ao todo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) precisou realizar em todo Estado oito eleições fora de época em cidades que tiveram candidatos eleitos em outubro do ano passado considerados inelegíveis.

A prefeita eleita em Primeiro de Maio venceu com 42,25% dos votos válidos. Ela derrotou três opositores, entre eles o prefeito interino e vereador Paulo Teodoro Fernandes (PSDB), que ficou em segundo lugar com 31,44%, o bancário Eziquiel Ferraz de Araújo (Podemos), que ficou em terceiro com 23,09% e o vereador Eliseu de Souza (PPS), que teve apenas 3,22%. Cerca de 15% dos 8.700 eleitores aptos a votar não compareceram às urnas neste domingo.

Dona de casa e bacharel em direito, Bruna Casanova disputou pela primeira vez um cargo eletivo. Apesar da pouca experiência, o sobrenome contou bastante para garantir a preferência dos votos dos primaienses. O avô Fortunato Casanova foi duas vezes prefeito da cidade, e o pai Mario Casanova (Marinho) ocupou a mesma cadeira no Executivo em outras três ocasiões e foi impedido de assumir nessa última vez. "Meu pai deixou a história dele, meu vô deixou a história dele e eu quero deixar a minha também", disse a prefeita eleita, ainda bastante emocionada durante carreata que passou pelas principais ruas da cidade.

Em Primeiro de Maio, o TRE entendeu que Marinho tornou-se inelegível porque foi condenado em uma ação por improbidade administrativa e também por ter feito o registro de filiação ao partido fora do prazo previsto por lei. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) manteve a decisão.

A prefeita eleita disse também que a prioridade da sua gestão será na saúde e acredita que com o apoio do Governo Federal poderá resolver os problemas. "Eu sou do mesmo partido do Ministro da Saúde Ricardo Barros e se Deus quiser vamos deixar uma saúde digna para a população".

De acordo com o juiz eleitoral Julio Farah Neto não foram registradas ocorrências de crimes eleitorais, como boca de urna. "Uma eleição suplementar não é o ideal, mas é uma situação a que a democracia está sujeita", disse Farah. "O mais importante é que a administração pública será recomposta". A apuração foi rápida e em menos de 40 minutos os votos foram computados. As 26 urnas eletrônicas também funcionaram normalmente e não precisaram ser substituídas nos cinco locais de votação, incluindo dois distritos rurais: Vila Gandhi e Ibaici.

A professora Célia Simionato, que compareceu na sessão de votação no colégio municipal no centro da cidade, acredita que toda essa situação poderia ter sido evitada. "Foram oito meses de indefinição". Mesmo assim, a eleitora disse esperar que a nova administração tenha atenção à saúde e à geração de empregos.

O agricultor Valdemar Fragosso também apostou em melhorias na saúde ao depositar o voto na urna. "É importante que o prefeito ou prefeita busque recursos de fora para melhorar a saúde e também para trazer mais indústrias".

Imagem ilustrativa da imagem Escolhidos os dois últimos prefeitos do Paraná em eleições suplementares



NORTE PIONEIRO
Em Nova Fátima o atual prefeito Carlão Messias (PTB) venceu as eleições com 44,03% dos votos válidos. Ele já estava ocupando o cargo desde janeiro quando conquistou uma cadeira de vereador e foi eleito presidente da Câmara Municipal. Desde de então ocupava a vaga no mandato "tampão". Agora deverá ser diplomado prefeito definitivo da cidade no dia 26 de agosto. Ele é do mesmo grupo político que ocupou a Prefeitura nos últimos oito anos.

O segundo lugar ficou novamente com Marinho dos Santos (PPS)com 26,35%, o único candidato remanescente da eleição de outubro passado. O Professor Ney Roque (Podemos) teve 21,76% da preferência dos votos e Zé Ricardo (DEM), 7,86%. Um total de 1.423 eleitores não compareceram às urnas.

Em Nova Fátima o médico José Ali Mehanna venceu nas urnas em outubro passado, mas não pôde assumir no dia 1º de janeiro porque teve o registro de candidatura cassado. Isso porque não conseguiu se desincompatibilizar do cargo de diretor do único hospital da cidade que tem convênio coma Prefeitura.

Segundo a chefe de cartório da 108ª zona eleitoral, Alessandra Zulai, apenas uma das 22 urnas eletrônicas precisou ser substituída neste domingo e não foi registrado nenhum incidente durante o dia de votação.

De acordo com o TRE, desde janeiro desse ano, já houve eleições suplementares em abril (Foz do Iguaçu, Piraí do Sul, Nova Laranjeiras e Quatiguá) e junho (Guaraqueçaba e Moreira Sales). Em todo o país, 43 cidades tiveram que passar por novas eleições por terem os candidatos eleitos declarados inelegíveis.
Os eleitores que deixaram de comparecer às urnas nas duas cidades deverão justificar a ausência em qualquer cartório eleitoral até 5 de outubro.