A data indefinida para volta às aulas das redes pública e particular em Londrina provocou mais um debate entre entidades e sindicatos do setor educacional e de saúde da cidade. As escolas privadas e sindicatos cobram do Coesp (Comitê de Operações Emergenciais da Saúde Pública) uma resposta técnica para que possam executar o plano de retomada das atividades e adiantarem essa retomada. O debate foi promovido pela Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara Municipal de Londrina nesta segunda-feira (27) de forma remota.

Já nas escolas municipais, o mês de agosto será destinado ao planejamento da volta às atividades, ainda sem data definida. A gerente de formação continuada da Secretaria Municipal de Educação, Viviane Barbosa Perez, afirmou que está em elaboração um plano de mobilidade para o retorno às aulas presenciais nas escolas públicas do município. O documento, segundo ela, terá orientações e diretrizes para que cada instituição possa construir os próprios planos de trabalho de retomada. "As escolas têm as suas diferenças, com características, condições e padrão estrutural diferentes. Estamos construindo diretrizes importantes para o momento do retorno", explicou.

Em relação às escolas privadas, o vereador Amauri Cardoso (PSDB), que preside a Comissão de Educação no legislativo municipal, questionou se não haveria a possibilidade de retornarem as atividades a partir do dia 15 de agosto. A diretora-geral da Secretaria Municipal de Saúde, Rosilene Machado, se comprometeu a repassar a sugestão para o secretário de Saúde, Felippe Machado, e o grupo de trabalho existente na pasta. Machado argumentou que a Covid-19 está em um ritmo de crescimento em Londrina e que, neste momento, não seria prudente flexibilizar a atuação das escolas. "Sabemos das dificuldades financeiras que estão acontecendo. Tentamos alinhar, mas tem que ter um pouco de segurança. Neste momento a perspectiva é de não retornar em agosto, que será um mês de muita preparação, para poder retornar ainda neste ano, mas não temos uma previsão de um mês".

O vereador Amauri Cardoso (PSDB), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara Municipal
O vereador Amauri Cardoso (PSDB), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara Municipal | Foto: Devanir Parra/CML

PROTOCOLOS

O Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino) informou que, desde abril, tem elaborado protocolos para o retorno às atividades. De acordo com o diretor do sindicato, Alderi Ferraresi, Londrina tem 140 escolas particulares de educação infantil e fundamental I, com 15 mil alunos. Ele argumentou que a volta às aulas será apenas para atender aos pais que não têm condições de trabalhar e cuidar dos filhos concomitantemente. "Estamos pesquisando este assunto. É uma situação de extrema necessidade do pai e da mãe, quanto ao trabalho, ou da criança e do adolescente, que depois de quatro meses está num estado de saúde mental abalado e precisa estar na escola", justificou.

O presidente do Simpro (Sindicato dos Profissionais das Escolas Particulares de Londrina), André Cunha, afirmou que, desde o início da pandemia mais de 9 mil profissionais do setor tiveram os salários reduzidos ou suspensos. "Achamos que é a hora de discutir a possibilidade de retorno com segurança para garantir postos de trabalho. Não adianta não voltar e quando voltar não ter escola", defendeu.