Brasília - O Fórum Nacional dos Governadores divulgou neste domingo (8) declaração na qual repudia a invasão de militantes golpistas às sedes dos Três Poderes.

Os chefes dos Executivos estaduais ainda colocam as suas respectivas forças militares de segurança e exigem a apuração dos fatos.

A manifestação acontece após militantes golpistas invadirem o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal, deixando um rastro de vandalismo e destruição.

O Governo do Ceará enviará nesta segunda (9) 70 agentes da Polícia Militar para reforçar a segurança no Distrito Federal. Nas redes sociais, o governador do estado, Elmano de Freitas (PT), afirmou que "a nossa democracia será protegida".

O Governo da Bahia, comandado pelo petista Jerônimo Rodrigues, também enviará 70 policiais militares.

"O Fórum Nacional de Governadores externa sua absoluta repulsa ao testemunhar os gravíssimos e inaceitáveis episódios registrados hoje (8) no Distrito Federal, os quais revelam a invasão da Praça dos Três Poderes, seguida da ilegal vandalização das dependências do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal por manifestantes golpistas, irresignados com o resultado das eleições legitimamente encerradas no País", informa o texto do Fórum Nacional dos Governadores.

O comunicado prossegue: "As governadoras e os governadores brasileiros, colocando-se à disposição para o envio de forças militares estaduais destinadas a apoiar a situação de normalidade nacional, exigem a apuração das origens dessa movimentação absurda e a adoção de medidas enérgicas contra os extremistas e aqueles que permitiram, por negligência ou conveniência, tal situação, bem como a subsequente penalização de seus responsáveis".

Terrorismo

Entidades do empresariado, da comunicação e da educação divulgaram notas condenando os atos golpistas e de vandalismo que ocorrem em Brasília. Em nota, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) afirmou ser "veementemente contra" qualquer tipo de manifestação antidemocrática e defendeu que "os responsáveis pelos atos terroristas devem ser punidos na forma da lei de maneira exemplar"." O Brasil elegeu seu novo presidente da República democraticamente, pelo voto nas urnas. A vontade da maioria do povo brasileiro deve ser respeitada e honrada", disse Robson Braga de Andrade, presidente da entidade.

Também em nota, a Andifes, associação de reitores das universidades federais, falou que os "atos terroristas que desafiam, ocupam e depredam as sedes dos três poderes da nossa república são intoleráveis, inaceitáveis e inescusáveis". Os dirigentes pedem punição a todos os participantes, financiadores e articuladores.

A ANJ (Associação Nacional de Jornais) também se manifestou, para condenar "da forma mais veemente os crimes contra a democracia que se desenrolam em Brasília", bem como os ataques a jornalistas que fazem a cobertura dos atos. "A liberdade de imprensa é inerente ao Estado democrático de direito, que não pode tolerar ou conviver com a baderna e o vandalismo", diz o texto.