Amoêdo defende retirar o poder decisório de Brasília: mais autonomia para os prefeitos e para os governos estaduais
Amoêdo defende retirar o poder decisório de Brasília: mais autonomia para os prefeitos e para os governos estaduais | Foto: Anderson Coelho



O pré-candidato à Presidência da República pelo Partido Novo, João Amoêdo, esteve em Londrina nessa quarta-feira (11) em palestra onde apresentou as propostas do partido para as eleições 2018 durante almoço para cerca de 600 pessoas. Um público formado predominantemente por empresários da região. Apesar de criado recentemente, Amôedo anunciou que o Novo já tem pré-candidatos definidos ao governo em quatro estados: Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo. O partido não descarta ainda concorrer ao governo do Rio de Janeiro, mas para isso tenta convencer o ex-técnico da seleção masculina de vôlei, Bernardo Rezende, o Bernardinho, a entrar na disputa.

Dentre as pautas prioritárias do partido estão a reforma da Previdência, a privatização de algumas estatais, a diminuição da carga tributária e a revogação do Estatuto do Desarmamento. O Novo prega ainda o liberalismo e critica a concentração de poder do Estado. "O Estado brasileiro é um grande concentrador de riquezas. Os países mais ricos do mundo têm isso em mente", disse Amoêdo.

Questionado sobre a implantação desse modelo em um país com tanta desigualdade de renda como o Brasil, o presidenciável disse que a enorme taxa tributária compromete o desenvolvimento e ressalta as desigualdades do país. "O Brasil tem o Estado enorme, mas as pessoas estão desempregadas e têm uma péssima qualidade de serviços públicos." Ele defende retirar o poder decisório de Brasília. "Os prefeitos e os governos estaduais precisam ter mais autonomia. O governo tem 150 estatais, não precisa de tudo isso. A maioria está falida como os Correios. Elas tiram dinheiro do contribuinte ao invés de estar investindo em segurança, por exemplo."

Amoêdo defendeu ainda o fim do foro privilegiado e a prisão após condenação em segunda instância. Questionado sobre a polarização política entre e esquerda e direita evidenciada, principalmente nas redes sociais, ele defendeu o debate. "O debate tem que ser feito sempre em cima de ideais e propostas e sair dessa briga. O que está sendo valorizado é o embate ao oponente e não o que temos de ideia para frente. E buscar o equilíbrio, algo Novo", frisou o empresário ao citar que o partido tem novas propostas como não aceitar financiamento público na campanha e defender um processo seletivo para escolha dos candidatos. "Usamos muitas mídias sociais e contamos com o apoio dos nossos filiados e sempre com campanhas baratas."

DESCONFIANÇA
O presidenciável criticou candidatos que prometem ser o "salvador da pátria", como o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). Ele também vê com desconfiança a defesa do oponente em favor de pautas liberais. "Ele está na política há 30 anos e durante esse período nunca vi uma proposta que levasse ao entendimento que ele é um adepto mais liberal. Me parece estranho que ele tenha mudado de visão agora."

Amoêdo também comentou sobre a viabilidade da sua candidatura em meio ao elevado número de pré-candidatos à Presidência. Até agora 14 nomes foram colocados neste período pré-eleitoral. "Acredito que com a chegada das eleições o quadro irá se afunilar, com muitas desistências". Entretanto, o Novo descarta neste momento coligação com outras forças políticas. "A coligação no nosso entendimento tem que ser feita com partidos que tem os mesmos ideais. Quando você vê o quadro políticos. Os partidos viraram apenas legendas."

Formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e em administração pela PUC, Amôedo fez carreira no mercado financeiro ocupando cargos nos principais bancos como Itaú. Já o Novo, fundado em 2011, em sua primeira eleição ( municipal de 2016), concorreu em cinco capitais e conseguiu eleger vereadores em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte.