A população de São Paulo saiu às ruas ontem para se despedir do governador Mário Covas. Da saída do Palácio dos Bandeirantes, às 9h40, até a chegada do cortejo fúnebre ao cemitério do Paquetá, em Santos, por volta das 13h30, foram muitas as manifestações de carinho. Calçadas e canteiros foram tomados por centenas de pessoas que gritavam, agitavam bandeiras e carregavam o sobrenome do governador em peças de roupa e faixas.
O caminhão do Corpo de Bombeiros, levando o caixão com o corpo do governador, coberto com a bandeira do Estado de São Paulo, saiu pelo portão 1 do Palácio dos Bandeirantes escoltado por 24 cavalos da Guarda de Honra. Atrás, vinham o carro com a família Covas, ônibus e vans com autoridades e uma escolta de batedores e carros de imprensa. Um grupo de motoboys que aumentava ao longo do percurso também acompanhou o cortejo até Santos. Pelo caminho viam-se muitas pessoas chorando.
O corpo de Mário Covas foi sepultado no início da tarde no cemitério de Paquetá, na região portuária de Santos, litoral de São Paulo. Estavam presentes 1.500 pessoas, entre parentes, amigos próximos, autoridades e membros do governo de São Paulo.
O presidente Fernando Henrique Cardoso e a primeira-dama Ruth Cardoso ficaram próximos da viúva de Covas, dona Lila, e dos filhos. Também estavam presentes o governador Geraldo Alckmin e sua mulher e vários ministros. O enterro durou cerca de 40 minutos, e o único a discursar foi o presidente da República, durante dois minutos. Ele se retirou após o caixão ser baixado à cova.
Nem mesmo a forte chuva que caiu logo após o término do enterro desanimou as pessoas que queriam visitar o túmulo de Covas. A abertura dos portões para visitação pública ocorreu às 15h30 e os visitantes foram organizados em fila, passando rapidamente pelo túmulo coberto de flores e com a bandeira do Brasil. Segundo um oficial da Guarda, cerca de mil pessoas passaram pelo jazigo nos primeiros 40 minutos.