O presidenciável do PDT conversou com partidários em sede de sindicato
O presidenciável do PDT conversou com partidários em sede de sindicato | Foto: Anderson Coelho


O presidenciável Ciro Gomes (PDT) desembarcou em Londrina para cumprir agenda de campanha no fim da tarde chuvosa do sábado (1º). Em encontro com a militância no Sindel (Sindicato dos Eletricitários de Londrina e Região) Ciro afirmou que "também será o presidente do campo" e propôs linhas de crédito, políticas de preço, escoamento, estocagem e tecnologia qualificada para a agricultura.

"O agronegócio grande precisa basicamente do crédito no tempo certo e no volume correto", explicou. Para Ciro, é necessário um seguro agrícola que garanta a renda no campo porque a atividade é extremamente vulnerável às oscilações climáticas. "As flutuações de preço acabam produzindo uma oscilação grave que desestimula o produtor e desestimula o jovem a ficar no campo", alegou.

O candidato disse ainda que a infraestrutura também é uma demanda do grande produtor, como a melhoria do acesso ao Porto de Paranaguá, citada também pelo apoiador emedebista do presidenciável no Estado, o candidato ao governo João Arruda (MDB). "Nós contamos com Ciro como presidente para fazer os repasses para que a gente possa construir essa duplicação [dos viadutos que levam ao porto], assim como outras inúmeras obras", afirmou.

Para o pequeno produtor, Ciro expôs a necessidade de uma política agrícola sofisticada. "É preciso reforçar os programas de compra governamental e a assistência técnica qualificada do ponto de vista tecnológico."

O diretor comercial da SRP (Sociedade Rural do Paraná) Nivaldo Benvenho também esteve presente no Sindicato, onde entregou ao presidenciável propostas e solicitações da entidade para o campo.

"Parte da liderança rural brasileira ficou tão conservadora que se desligou da vida do povo. Mas é preciso que todo brasileiro saiba que essa gente, que acorda de madrugada e chega em casa de noite, está carregando o Brasil nas costas", disse Ciro, ao receber as pautas. De acordo com o presidenciável, se forem retiradas a agricultura e a mineração do Brasil, o buraco na conta de importação de manufaturados chegaria a U$ 150 bilhões.

ALIANÇA COM MDB

Esperado no Aeroporto José Richa para uma coletiva de imprensa, Ciro chegou no hangar em uma empresa de táxi aéreo e seguiu direto para uma emissora de televisão. Após a entrevista, o candidato foi ao Sindel, onde foi recepcionado por cerca de 300 pessoas, entre elas, lideranças indígenas, estudantes, professores, militância e candidatos.

Lá, Ciro comentou à imprensa a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de barrar a candidatura do ex-presidente Lula. "Não posso achar bom o maior líder popular do País estar preso e impedido de participar do debate."

Questionado se em um cenário eleitoral sem o candidato do PT seus votos aumentariam, o presidenciável disse não ter feito o cálculo e tampouco ter interesse de fazê-lo. "Neste momento só quero confessar minha tristeza com o que aconteceu", lamentou.

Ciro esteve em todo tempo acompanhado do ex-deputado federal Nelton Friedrich (PDT) e do ex-governador e senador Roberto Requião (MDB) - ambos candidatos ao Senado - além do deputado federal João Arruda (MDB), candidato ao governo do Paraná, e de Barbosa Neto (PDT), ex-prefeito de Londrina e candidato à deputado federal, a quem pediu votos para a militância.

Ciro Gomes alegou que embora tenha "falado mal do MDB", sempre citou a parte do partido do Paraná como respeitosa e enfatizou sua amizade com Requião. "O PMDB do Paraná para mim é uma clara demonstração que nem todo mundo é igual na vida".

Perguntado se a desistência da candidatura de Osmar Dias (PDT) ao governo do Paraná o teria beneficiado no Estado, já que Dias apoiaria o irmão à presidência, Alvaro Dias (Podemos), Ciro foi simplista: "Não faço a menor ideia. É muito justo, vai querer que o cara não apoie o irmão dele? É normal isso, a gente na política faz por onde merecer a confiança e o respeito, fazemos isso tentando organizar pessoas afins e às vezes a gente consegue e às vezes não", explicou, e acrescentou sua amizade com o senador emedebista. "Eu e Requião somos amigos uma boa trinca de décadas. Quase sempre estamos do mesmo lado nas grandes questões do Brasil."