Grupos de apoio à Operação Lava Jato se reuniram na tarde desse sábado (9) em frente à JFPR (Justiça Federal do Paraná), em Curitiba, onde trabalhava o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro, para defender a prisão após condenação em segunda instância e protestar contra a liberação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo os organizadores, mais de duas mil pessoas participaram do ato.

As ações foram coordenadas pelos movimentos Brasil Livre, Vem Pra Rua, República de Curitiba e Lava Togas, que levaram um carro de som e bandeiras nas cores verde e amarela. Integrantes do NOVO também participaram, vestindo as camisetas laranja do partido. O principal alvo era o STF (Supremo Tribunal Federal), em especial os ministros que votaram a favor da tese de que os réus só podem cumprir pena depois de esgotados todos os recursos.

Um painel com os rostos de Rosa Weber, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, presidente da Corte, foi colocado no meio da praça, para o "tomataço". Enquanto gritavam palavras de ordem como "a nossa bandeira jamais será vermelha", "segunda instância já" e "Lula ladrão seu lugar é na prisão", os manifestantes arremeçavam tomates podres na placa. Em seguida, todos cantaram o hino nacional.

Se o STF era o "inimigo", Moro e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-farefa da Lava Jato, eram os heróis. Embora sem unanimidade, a figura do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), também foi exaltada. "Vale a pena nossa batalha pelo Brasil. Nós somos um país rico e maravilhoso. Viva Moro, viva Bolsonaro, viva a República de Curitiba, viva o Brasil", discursou Eder Borges, uma das lideranças de direita da capital paranaense.

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"Por mais que o STF acredite que tenha derrubado aquilo que mais colocava medo nos criminosos de colarinho branco, nós viemos aqui para mostrar que eles devem temer o povo brasileiro. Vocês têm de ir para a rua pressionar os senadores para que seja aprovada a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da segunda instância e que isso seja revertido. O Brasil não vai ficar quieto diante da impunidade", completou Gabriel Delfino, do MBL.