Em ano eleitoral, AL retoma trabalhos com discursos politizados
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segunda-feira, 07 de fevereiro de 2022
Guilherme Marconi - Grupo Folha
Na primeira sessão ordinária de 2022 na Assembleia Legislativa, os deputados estaduais aproveitaram ao máximo a tribuna da Casa nesta segunda-feira (7) para dar o tom político que deve marcar os trabalhos neste ano de disputa eleitoral - em que todos devem tentar a reeleição. Deputados bolsonaristas criticaram a invasão ocorrida na Igreja do Rosário, em Curitiba, no último sábado (5), sob a liderança de um vereador de esquerda. Já deputados da oposição criticaram o tratamento do governo Ratinho Junior (PSD) à politica salarial e carga horária de policiais militares. Por outro lado, a base da atual gestão utilizou a sessão para defender as políticas públicas implantadas pelo governador.
O deputado Soldado Fruet (Pros) criticou o tratamento dado pelo governo aos policiais militares e pediu valorização da categoria. "Em campanha esse governo prometeu mundos e fundos para a categoria, mas na prática não abriu o diálogo e concedeu um aumento de 5% e logo em seguida bloqueou o aumento. Ele também cortou a licença especial que por décadas era benefício dos trabalhadores. Além disso, fez o desconto da previdência do inativo, massacrando os inativos e reservistas. Criou ainda a diária extra jornada para receber apenas R$ 180,00."
Coube ao líder do governo, deputado Hussein Bakri (PSD) defender o Executivo. "O governo Bolsonaro havia sinalizado e não deu aumento nenhum aos policiais federais. O governo do Paraná deu o que é possível, que é 3% de reposição, que também foi dado para os inativos. Foi feito tudo que está dentro das possibilidades do Estado porque a situação financeira hoje é de cautela. A jornada extra faz quem quer. Temos ainda vale-refeição para os policiais. O governador fez muita coisa, uma coisa é o discurso e outra coisa é a prática."
INVASÃO À IGREJA
No último sábado (5), um grupo de manifestantes liderado por um vereador curitibano do PT invadiu uma missa da Igreja do Rosário, na capital, para protestar contra a violência ocorrida no estado do Rio de Janeiro, cujo desdobramento foi a morte de um cidadão congolês. O assunto que ganhou as redes sociais no final de semana foi citado por vários deputados bolsonaristas da AL. "Não podemos deixar de citar essa atitude criminosa. Além de invadir a igreja ser um crime, além disso ele interrompeu uma celebração. Espero que a Câmara Municipal faça algo contra esse militante. Esse sujeito está lá para criar desordem. Estamos entrando com uma queixa-crime", disse o deputado estadual Ricardo Arruda (PSL). "Teremos um ano eleitoral, será que o tom dos movimentos de esquerda será esse de invasões?", completou.
O deputado Tadeu Veneri (PT), que é líder da oposição na Casa, rebateu as críticas sobre o episódio. "Nós do Partido dos Trabalhadores iremos fazer uma nota esclarecendo nosso posicionamento sobre o tema. Não há concordância quando querem politizar ou partidarizar o episódio. O arcebispo de Curitiba fez uma ponderação diferente, sem politizar esse episódio, ao contrário de quem quer tirar uma casquinha para se promover."
NOTA DA ARQUIDIOCESE
A Arquidiocese de Curitiba fez uma nota de repúdio nesta segunda-feira (7). De acordo a Igreja Católica, solicitados a não tumultuar o momento litúrgico, lideres do grupo de manifestantes incentivaram comportamentos invasivos e desrespeitosos. “Infelizmente, o que houve no último sábado foram agressividades e ofensas. É fácil ver quem as estimulou. A posição da Arquidiocese de Curitiba é de repúdio ante a profanação injuriosa. Também a Lei e a livre cidadania foram agredidas. Por outro lado, não se quer 'politizar', 'partidarizar' ou exacerbar as reações. Os confrontos não são pacificadores. O que se quer agora é salvaguardar a dignidade da maravilhosa, e também dolorosa, história daquele Templo”, diz o comunicado, assinado pelo Arcebispo Metropolitano de Curitiba, Dom José Antonio Peruzzo.
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