Elza assume comissão de áreas
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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2001
Lúcio Horta De Londrina
A vereadora Elza Correia (PMDB) foi escolhida ontem a presidente da comissão suprapartidária que vai investigar doações de áreas públicas em Londrina. Henrique Barros (PFL) será o vice e Márcia Lopes (PT) a relatora. A comissão, que em 30 dias já deverá apresentar um relatório parcial dos trabalhos, contará ainda como membros os vereadores Roberto Kanashiro e Luiz Carlos Tamarozzi (PTB).
Já o vereador Orlando Bonilha (PDT), que havia sido indicado pelo colega de bancada Jamil Janene, saiu da comissão alegando que não foi consultado. Outro membro da comissão, Sandra Graça (PSB), também encaminhou um requerimento ontem à mesa da Câmara apedindo destituição.
O grupo volta a se reunir no dia 2 de março, para iniciar os trabalhos. O que nos preocupa é o prazo, que é pequeno. Por isso vamos estabelecer um cronograma de ação, levantando toda a documentação, com visitas às áreas doadas e, se for o caso, ouvindo as pessoas, adiantou Elza.
O trabalho começará apurando a doação seis áreas feitas durante a administração do prefeito cassado Antonio Belinati (sem partido), entre elas a da Hussmann Fast Frio de Brasil Ltda, Infraero (ampliação do Aeroporto de Londrina), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Tribunal Regional Eleitoral (estacionamento), Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil/Casa do Papai Noel) e Universidade Norte do Paraná (Unopar).
Além dessas áreas, também será alvo de investigação a doação de um terreno na zona sul para a PBV Representações Eventos e Participações Ltda., para a implantação do Centro de Exposições e Eventos de Londrina. O local, no entanto, abrigava obras de uma escola rural que recebeu recursos do governo federal.
Saber que a escola foi utilizada nos surpreendeu profundamente. Se nós tivessemos esse argumento na época da doação, talvez a Câmara tivesse tomado outra decisão, comentou Elza. Em 98, certidão apresentada ao Legislativo apontava que a área não estava afetada e, por isso, poderia ser doada.
A retomada dos trabalhos da comissão suprapartidária agradou o Movimento Pela Moralização na Administração Pública ainda que em detrimento de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), como queria Jamil. O advogado Newton Moratto disse que mais importante é apurar o assunto, seja qual for o meio. E uma vez constatadas as irregularidades, deve-se tomar as medidas cabíveis.
Moratto acrescentou que não se pode vulgarizar a instituição da CEI, que só deve ser aberta dentro de certos critérios e parâmetros. No entanto, a postura do Jamil é importante porque provocou uma discussão e essa comissão, que estava desativada, agora vai ter que mostrar serviço, disse.