Dentro do prédio do Fórum Eleitoral, todas as cadeiras ocupadas. Fora dele, uma fila que chegava perto da Câmara Municipal. Assim foi a terça-feira no Centro Cívico de Londrina, penúltimo dia para quem tirou o titulo de eleitor ou quis regularizar a situação com o órgão.

Imagem ilustrativa da imagem Eleitores fazem fila para tirar título e regularizar situação com a Justiça
| Foto: Gustavo Carneiro

Levada ao pé da letra, a máxima de deixar tudo pra última hora foi seguida à risca por muita gente. A cozinheira Roseli Manoel dos Santos, pendente com a Justiça Eleitoral desde 2016, reconheceu que poderia ter evitado a dor de cabeça de esperar tanto tempo.

Ela era uma das últimas na fila e, ao ser abordada pela FOLHA, mostrou-se desanimada com a quantidade de gente à sua frente. Mesmo assim, garantiu que não arredaria o pé. “Vou falar a verdade, tô aqui pra regularizar essa situação. Já paguei tudo o que tinha que pagar. Mas não tô preocupada em votar não. A política tá me desagradando”, admitiu.

Já o pedreiro Edson Rosa demonstrava um sentimento bem diferente. No Fórum, ele foi fazer a transferência do local de votação e confirmou que em outubro vai apertar os botões da urna eleitoral. “Temos que fazer nosso papel enquanto cidadãos, que é votar por um Brasil. Sou um entusiasta. Tem gente que desanimou, mas essa maré ruim não me pegou”, relatou.

O aposentado João Freitas, de 72 anos, veio de Florianópolis no começo do ano e estava irregular desde 2012. Resolveu se adequar para votar nas eleições de outubro. “Votar é muito importante pra mim. Tem políticos bons, mas temos que colocar gente cada vez mais qualificada. Passei dos 70 e acho que os velhinhos como eu precisam se envolver. Se não gostarem de política, que se envolvam buscando o melhor pros filhos e netos”, frisou.

GERAÇÃO COCA-COLA

Segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná, o eleitorado jovem no Paraná cresceu 134% neste ano. Os dados compilados até esta terça consideram os números de 2020 e abrangem as as inscrições de jovens entre 15 (que completam 16 até 2 de outubro, data do primeiro turno), 16 e 17 anos, pra quem o voto é opcional.

Foi o caso do estudante Rian Nelson, de 16 anos. Acompanhado da mãe, ele fez questão de tirar o título. “Quero ajudar o futuro do Brasil, elegendo políticos de qualidade que se preocupam com a saúde e educação”.

Conforme o TRE, em 2020 no Paraná, 36.725 jovens de 16 e 17 anos estavam aptos a votar. Já em 2022, o número aumentou para 86.128 jovens eleitoras e eleitores.

Em março, o TSE realizou uma campanha para conscientizar quem ainda não completou a maioridade sobre a importância do primeiro voto. Artistas, políticos e influenciadores digitais também convocaram os jovens para fazerem o título.

E a campanha surtiu efeito. Segundo o tribunal, somente em dois dias (24 e 25 de março), foram emitidos mais de 90 mil novos títulos para o eleitorado jovem. Naquele mês, o país ganhou mais 445.553 novos eleitores entre 15 e 18 anos.

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