Uma mulher foi detida na manhã deste domingo, 7, em Ibiporã, depois de danificar duas urnas eletrônicas. Um dos equipamentos foi sujo com o sangue que estava em um absorvente higiênico e o outro foi atirado ao chão.

Segundo testemunhas, a votação transcorria de forma tranquila na seção eleitoral 11, do Colégio Estadual Engenheiro Francisco Gutierrez Beltrão, no centro do município. A mulher, que vota no local, aguardou sua vez na fila e somente após ter acesso à urna danificou o aparelho. "Ela chegou a votar, quando tirou a roupa, pegou o absorvente e esfregou na urna. Depois atirou a proteção no chão, tentou jogar a urna mas eu corri e tentei segurá-la. Aí ela saiu correndo", conta o mesário Marcelo de Nardo.

Segundo ele, a urna não precisou ser substituída. Representantes da Justiça Eleitoral estiveram no local, fizeram testes e atestaram que o equipamento não apresentou maiores danos, apesar da tela parcialmente manchada. Lenços umedecidos e álcool em gel foram disponibilizados aos eleitores.

Anibal dos Reis, secretário do colégio e responsável pelo prédio na Justiça Eleitoral afirma que a mulher esqueceu os documentos no local de votação, o que facilitou a identificação dela. Depois de sair do colégio, ela percorreu cerca de 1,5 quilômetro até a Escola Maria Inês Rodrigues de Mello, onde invadiu a seção eleitoral 113, que estava vazia no momento. Diretora da escola e há 30 anos trabalhando nas eleições, Célia Rosana Gusmão diz que estava na sala ao lado quando ouviu gritos e um baque seco, que foi confundido com tiros, porque ela pegou a urna do chão e jogou novamente, o que causou dois estrondos. Ao contrário do local invadido, as outras seções estavam cheias de eleitores, que segundo ela, trancaram a sala, com medo de alguém estar armado.

"As pessoas ficaram gritando que eram tiros, eu achei que tinha caído uma laje porque recentemente tivemos problemas com as chuvas. Consegui sair da sala e fui na seção onde ela estava. Um homem que aguardava para votar na sala ao lado conseguiu contê-la até a chegada do policial que estava na escola. Ele conseguiu algemá-la, mesmo assim ela tentou derrubar as coisas, foi preciso algemar os pés também. Ai ela começou a pedir desculpas, dizendo que todo mundo era bobo, que não se faz isso na escola."

Gusmão relata que a eleitora já foi professora no município e no momento não a reconheceu. Ainda segundo a diretora, representantes do Tribunal Regional Eleitoral foram até o local onde constataram que o pendrive que armazena os votos não havia sido danificado e foi instalado em uma nova urna, sem prejuízo dos votos computados até o incidente.

A presidente da seção, Ângela Cristina de Oliveira, se assustou com a invasão. "Só tinha uma senhora justificando o voto no momento, estávamos todos sentados, tranquilos, quando ela entrou e já puxou a urna pelos fios e jogou no chão, depois pegou e jogou novamente.Em 20 anos como voluntária nas eleições, nunca tinha visto algo semelhante, acho que ninguém nunca viu!"

A manisfestante foi levada para a Delegacia de Polícia Civil de Ibiporã, onde deve ficar detida até ser apresentada em juízo nesta segunda-feira, 8. A urna seria periciada pelo Instituto de Criminalística de Londrina, para constatação dos danos materiais, degundo o perito Luciano Bucharles.