A maior reclamação depois das três primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro é a falta de padrão. Os gramados são diferentes, a arbitragem tem critérios particulares e o calendário não ajuda.

Não quero discutir critérios e padrão da arbitragem brasileira. Não quero falar da desigualdade dos gramados de norte a sul no país. E nem vou entrar no chororô de técnicos e jogadores após cada partida se apegando a elementos que os sustentam em defesas inócuas. Isso aí todos os programas esportivos o fazem e também não saem dessa mesmice. Todos.

Um sistema ganha unido se tem bases éticas na mesma direção, e aí caberá a cada um sua dose de criatividade e comprometimento para se superar diante dos concorrentes. O meio precisa ser “limpo” para que todos possam ter uma boa base para gerar uma construção sólida do produto e entrega satisfatória, independentemente do consumidor.

No Brasil, tudo é culpa do “juiz”, do campo, do calendário, do gramado, do outro. O futebol constrói pouco para a sociedade, sendo a mesma sociedade que o consome e o torna um produto valioso, mas que é mal administrado. Para resultados diferentes num setor coletivo, é preciso união nas diretrizes, entendimento de que o produto só será lucrativo se todos fortalecerem a base que sustenta o negócio e, então, será inevitável todos ganharem e não só reclamarem.

A Inglaterra vira sempre o parâmetro de comparação quando se quer atingir um nível de qualidade no futebol. Mas lá, os times se uniram para criar um formato de comercialização da competição, promovem o torneio buscando resultados para o “negócio futebol”, deixando a competitividade mais dentro de campo. No Brasil, há anos dirigentes tentam fazer uma liga que administre o setor. Não conseguiram. E não foram capazes porque pensam primeiro no dinheiro e não no produto que vai gerar o dinheiro.

Podemos ter um futebol melhor e mais atraente? Sim, podemos. Mas será preciso jogar de forma unida e não só pensando em vencer.