SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Guilherme Boulos (PSOL) reiterou que, se eleito, governará com base no diálogo com a Câmara, onde deve ter dificuldade para construir maioria. Questionado sobre o método, que se assemelha à proposta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de governar sem toma lá, dá cá, Boulos rejeitou a comparação.

"É descabido qualquer tipo de comparação entre mim e o Bolsonaro. Ele apoia fechamento do Congresso, quer prender ministro do Supremo. Essa não é minha escola, não é minha tradição", afirmou.

Segundo ele, a negociação com os vereadores "tem que ser feita com base no plano de governo e nas propostas".

"Vou construir uma relação de diálogo que eu espero que seja produtiva, não apenas com a Câmara, mas com o modelo de participação social. A sociedade precisa ser escutada. Existem instrumentos, com a tecnologia de aplicativos, de participação digital. Para que o debate seja aberto e feito de forma transparente com a sociedade."

Boulos aproveitou para criticar o governo do atual prefeito, Bruno Covas (PSDB). "O que eu não topo é toma lá, dá cá. Não topo o modelo de governabilidade que o PSDB faz em São Paulo hoje. Vende a ideia de boa gestão, mas faz a mesma velha prática de entregar subprefeituras para vereadores. E aí quem tenta romper com esse modelo é aventureiro, é inviável", disse.