Curitiba - Após 45 dias de campanha com promessas e disputas pela preferência do voto, os mais de 8 milhões de eleitores paranaenses irão às urnas neste domingo (2) escolher o próximo governador de Estado, que ocupará o cargo pelos próximos quatro anos, além dos 54 deputados estaduais que irão compor a Assembleia Legislativa, as 30 cadeiras do Paraná na Câmara dos Deputados e a única vaga ao Senado em disputa nessas eleições gerais.

No Estado, são 10 candidatos na disputa, pela ordem alfabética conforme nome de urna: Adriano Teixeira (PCO), Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), Gomyde (PDT), Joni Correia (DC), Professor Ivan (PSTU), Professora Angela (Psol), Requião (PT), Solange Ferreira Bueno (PMN) e Vivi Motta (PCB). Na corrida ao Senado, também são 10 concorrentes a uma vaga. Outras 632 candidatos disputam 30 vagas para deputado ou deputada federal e 902 concorrem às vagas de deputado estadual no Paraná.

Ao todo, nessas eleições gerais, só aqui no Estado foram registradas 1.583 candidaturas, sendo que 1.513 pessoas estão aptas a disputar o pleito. São 55 candidatos concorrendo "sub judice", ou seja, os partidos apresentaram recurso contra o indeferimento, mas ainda podem receber votos até que o registro seja julgado em definitivo pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Apesar do número expressivo de candidatos ao governo, apenas quatro dos nove candidatos tiveram inserções de propaganda no rádio e da televisão: Ratinho Junior, Requião, Gomyde e Professora Angela. Com uma coligação de 11 partidos e folga nas pesquisas, o candidato à reeleição marcou sua campanha pela ausência em debates em rádio e televisão. O chefe do Executivo também não participou de debates em áreas específicas, como o promovido pela UEL (Universidade Estadual de Londrina).

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ANÁLISE

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image description | Foto: Gustavo Pereira Padial

Para o cientista político e professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná) Emerson Cervi, a ausência de Ratinho Junior nos "confrontos" esteve relacionada diretamente à grande diferença retratada nas pesquisas de intenção de voto com a falta de uma terceira força capaz de ajudar a empurrar a disputa para o segundo turno. "Não tivemos uma terceira força, um terceiro candidato, que poderia ajudar a levar o pleito para o segundo turno."

O especialista lembra que a situação de uma terceira via foi semelhante ao ano de 1998, quando o ex-governador Jaime Lerner foi reeleito também no primeiro turno. Naquela eleição, Roberto Requião seu principal adversário e fez 46% dos votos válidos, mas mesmo assim não conseguiu provocar o segundo turno. "Naquele pleito a soma de todos os outros candidatos resultou em apenas 2%. E o cenário mostra algo muito próximo este ano, porém com o Requião com percentual de intenção de votos muito mais baixo.", analisa Cervi

Segundo o professor, a falta de um nome viável tornou a disputa no Paraná mais previsível, favorecendo a reeleição do governador. "A política paranaense está numa entressafra". A ausência do ex-senador Osmar Dias (PDT) em 2018 também havia favorecido Ratinho Junior. Com a falta do governador nos debates, os programas eleitorais de seus adversários foram pautados em críticas à atual gestão. A vantagem de Ratinho Jr. também é resultado do trabalho feito pelo governador para atrair prefeitos e deputados aglutinados ao partido dele, o PSD, que é a maior legenda do Estado e detém a maior bancada na Assembleia Legislativa (16 cadeiras). "Não só prefeito e vereadores, o governo trabalhou politicamente para isso, ainda com ajuda da máquina pública", observa o professor.

Desde que o instituto da reeleição entrou em vigor, no país em 1997, todos os governadores do Paraná foram reeleitos: Jaime Lerner em 1998, Roberto Requião em 2006 e Beto Richa em 2014. Lerner foi reeleito no primeiro turno e Richa também chegou ao segundo mandato vencendo na primeira fase. A única vez que o Estado realizou segundo turno para disputa ao Palácio Iguaçu foi em 2006, entre Requião e Osmar Dias. À época, o ex-governador venceu o pedetista pela diferença de apenas 10 mil votos.

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