O Ministério Público do Paraná emitiu recomendação administrativa buscando solucionar os problemas enfrentados pelos usuários do serviço de ferry-boats e balsas na travessia da Baía de Guaratuba. O documento assinado na quinta-feira (4) tem como destinatário o DER (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná), seus diretores geral e de operações, o coordenador de Concessões e Pedágios Rodoviários. Também na última semana, 14 deputados estaduais do Paraná assinaram um requerimento na AL (Assembleia Legislativa ) com pedido de instalação de comissão especial para investigar a série de incidentes do ferry-boat que faz a travessia entre as cidades de Matinhos e Guaratuba, no litoral do Estado.

Imagem ilustrativa da imagem Deputados vão investigar problemas no ferry-boat da Baía de Guaratuba
| Foto: Gabrielly Pontes/CGE

Entre os fatores que motivam a investigação são as longas filas e momentos de pânico durante o trajeto náutico oferecido pela BR Travessias Ltda. A prefeitura de Guaratuba decretou estado de calamidade pública, diante de tantos problemas envolvendo a travessia, e o fluxo de veículos no acesso ao município. Já o MP orienta para que o órgão cumpra sua obrigação de "assegurar a prestação de serviço adequado, com a adoção imediata de todas as providências necessárias e suficientes para eliminar quaisquer riscos à segurança dos usuários na travessia da baía de Guaratuba."

O deputado estadual Michele Caputo (PSDB) disse que pelo regimento interno do legislativo estadual, com essa quantidade de assinaturas já é possível dar andamento ao pedido. "A empresa que faz os serviços da travessia é, no mínimo, incompetente. Já aconteceu uma série de problemas graves, até agora as pessoas estão perdendo tempo e paciência, mas pode ser que daqui a pouco se percam vidas", alertou.

Desde que a nova administradora assumiu a travessia da baía de Guaratuba em abril do ano passado, uma série de acidentes tem marcado a operação. "Outro dia a balsa foi parar em alto-mar, já faltou combustível no meio da travessia. A situação lá é muito grave", disse o deputado. Segundo o tucano, a comissão especial irá avaliar o possível cancelamento do contrato.

Para o deputado estadual Requião Filho (MDB), o Estado tem se mostrado ausente na fiscalização do cumprimento dessa licitação, e deixado os usuários na mão, justamente na época de maior movimento no litoral. “O governo disse que contratou uma empresa terceirizada para fiscalizar as atividades do ferry-boat, algo que era dever dele fazer. Porém, não tivemos acesso sequer a esse contrato, que não está disponível no portal da transparência, nem no portal do DER."

O DER (Departamento de Estradas e Rodagem) foi procurado pela FOLHA para se manifestar, mas até o fechamento desta edição não retornou. A reportagem não conseguiu contato BR Travessias Ltda.

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