Curitiba – Não foram só os governistas que esvaziaram o plenário da AL (Assembleia Legislativa) do Paraná na última quarta-feira (4), quando a sessão acabou caindo por falta de quórum. Dos 31 deputados que assinaram a emenda da oposição igualando o índice de reajuste dos servidores públicos do Executivo (1%) ao proposto pelos demais poderes (2,76%), 13 também se ausentaram da votação. O número mínimo para haver deliberação é de dois terços, ou seja, 28. No momento em que a reunião acabou, havia 19 presentes. A lista completa está disponível no Portal da Transparência da AL.

Os "fujões" favoráveis à reposição inflacionária foram: Alexandre Guimarães (PSD), Delegado Recalcatti (PSD), Douglas Fabrício (PPS), Felipe Francischini (PSL), Guto Silva (PSD), Hussein Bakri (PSD), Marcio Nunes (PSD), Marcio Pacheco (PPL), Mauro Moraes (PSD), Missionário Arruda (PSL), Péricles de Mello (PT), Rasca Rodrigues (PODE) e Ratinho Junior (PSD). Curiosamente, pouco tempo antes do encerramento da sessão, Nunes fez um discurso bastante polêmico, no qual chamou membros da base aliada à governadora Cida Borghetti (PP) de "tchutchucas".

"Vejam a ironia do destino. Eles aqui semana passada eram os tigrões. Tinham maioria. Hoje viraram tchutchucas. Estão em seus gabinetes. Por que não vieram aqui? Meu pai me ensinou o seguinte: ‘a língua é o chicote da bunda’. E nada mais que um dia após o outro. Estão eles lá engalfinhados, escondidos, para não estar aqui enfrentando. Temos 31 deputados compostos por PMDB, PT, PPS, PSC, PSD, PDT (...) Vou ler o nome dos que assinaram a favor do aumento. Se algum desses correrem da parada, são muito piores que aqueles que não assinaram", disparou.

O discurso de Nunes foi interrompido por Pastor Edson Praczyk (PRB), justamente um dos 18 parlamentares que apoiaram os 2,76% e que permaneceram até o fim da reunião. "Gostaria que vossa excelência excluísse das notas taquigráficas essa afirmação", pediu. Servidores que acompanhavam as discussões das galerias então chamaram o político do PRB de "tchuchuca".

Também ficaram até o fim: Ademir Bier (PSD), Anibelli Neto (MDB), Cantora Mara Lima (PSC), Claudia Pereira (PSC), Cobra Repórter (PSD), Evandro Araújo (PSC), Francisco Bührer (PSD), Gilson de Souza (PSC), Nelson Luersen (PDT), Nereu Moura (MDB), Ney Leprevost (PSD), Palozi (PSC), Professor Lemos (PT), Requião Filho (MDB), Tadeu Veneri (PT), Tercílio Turini (PPS) e Wilmar Reichembach (PSC). O 19º nome é o de Plauto Miró (DEM), que embora pertença à bancada governista não se ausentou do plenário. Já Ademar Traiano (PSDB) não vota, por ser o presidente da Casa.

Próximo capítulo

Graças ao adiamento, os itens que constavam da pauta serão apreciados apenas na segunda-feira (9). Dentre eles estão os textos concedendo a reposição inflacionária de 2,76% na AL, no Tribunal de Justiça, na Defensoria Pública, no Tribunal de Contas e no Ministério Público, além da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019. Como Cida enviou um substitutivo geral ao projeto da data-base do Executivo, ele precisará passar novamente pelas comissões temáticas. O prazo para que isso ocorra é incerto.