A AL (Assembleia Legislativa) do Paraná aprovou em três turnos nesta segunda-feira (5) o projeto de lei 141/2022, que define as diretrizes orçamentárias do Estado para o exercício fiscal de 2023. O projeto da LDO 2023 geralmente é aprovado em julho, mas a estratégia neste ano eleitoral foi adiar o debate para jogar o recesso parlamentar para setembro. Na prática, serão três semanas de janela entre os dias 12 e 30 de setembro, mas a partir desta terça-feira (6) não haverá mais sessões plenárias na Casa. Ou seja, os deputados estaduais terão quase um mês de agenda liberada para campanha e só retornam ao trabalho em Curitiba após o primeiro turno (2 de outubro). Dos 54 parlamentares, 43 tentarão a reeleição e seis disputarão vagas na Câmara dos Deputados. "O compromisso era votar a LDO e votamos. Nós não usamos o recesso de julho e por essa razão a Assembleia Legislativa estará em recesso", justificou o presidente da AL, deputado Ademar Traiano (PSD).

Já a justificativa oficial da liderança do governo para o atraso na votação da LDO seria a Lei Complementar Parlamentar 194/2022, do governo federal, que limitou o percentual de cobrança (18 %) do ICMS em combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo. Isso gerou atraso de aproximadamente 45 dias na votação da LDO e o argumento da base de Ratinho Jr. é que a decisão foi necessário para que fosse observado o comportamento da arrecadação nos meses de julho e agosto. Segundo o deputado estadual Tiago Amaral (PSD), relator do orçamento, a retração econômica em função da diminuição do ICMS não aconteceu. “Baixar impostos pode resultar em um aquecimento da economia. Com mais dinheiro no bolso os trabalhadores acabam adquirindo outros produtos e isso automaticamente está retornando como arrecadação para o caixa do estado do Paraná”, afirmou.

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O texto da LD0 2023, que tramitava na forma de um substitutivo geral da Comissão de Orçamento, prevê receitas para o ano que vem de R$ 58,2 bilhões. O projeto chegou para votação em plenário com 65 emendas dos parlamentares acatadas de modo integral, entre as 92 emendas propostas. Foram 26 emendas rejeitadas, além de uma acatada parcialmente.

oposição

Líder da Oposição na AL, deputado estadual Arilson Chiorato (PT) criticou o trâmite da LDO dentro da Casa. "A versão enviada pela Secretaria de Fazenda está sendo colocadada em plenário para ser aprovada agora como se fosse um 'Ctrl C e Ctrl V'. Temos um Poder Legislativo totalmente subordinado ao Palácio Iguaçu. Neste ano, o orçamento de 2022 foi de R$ 32,7 bilhões e apenas nos dois primeiros quadrimestres o governador Ratinho Jr. já publicou 192 decretos, que somam R$ 8,2 bilhões. Ou seja, 25% do orçamento público foi alterado sem passar por essa Casa. Isso mesmo, a cada R$ 4 arrecadados, R$ 1 ele escolheu para onde ir sem ter voto ou consenso nesta Casa. Infelizmente, temos um governador que não ouve a população", apontou Chiorato, ao acrescentar a informação de que nenhuma emenda da Oposição foi aprovada. "É um cheque em branco, novamente. Essa Casa não pode apenas bater carimbo paro o governo", disse.

O TEXTO

O substitutivo da LDO traz a possibilidade de riscos fiscais no valor de R$ 3,6 bilhões referentes ao contrato celebrado entre o Estado e o Banestado, vendido ao Itaú em 2000. É aguardada decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a modalidade de pagamento, por precatórios ou penhora judicial de ações da Copel. Há ainda a possibilidade de frustração de arrecadação de R$ 4,1 bilhões. No entanto, existe a previsão de um acréscimo de receita para o ano que vem em relação ao que está disponível em 2022. Os percentuais de repasses efetivados aos Poderes Judiciário e Legislativo, Ministério Público e Defensoria Pública não sofreram alterações.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelece as diretrizes para a elaboração e execução da LOA (Lei Orçamentária Anual) - que deverá chegar em setembro e precisa ser aprovada até o dia 31 de dezembro. A LDO fixa ainda metas e prioridades da administração estadual e eventuais ajustes do Plano Plurianual (PPA).

DANÇA DAS CADEIRAS

O toledano Natan Sperafico (PP) assinou, durante a sessão plenária desta segunda-feira (5), o termo de posse como deputado estadual na AL. Ele ocupa a vaga aberta por Maria Victoria (PP), que pediu licença do parlamento por 120 dias por motivos pessoais. Sperafico é o atual terceiro suplente da coligação PP/PTB/DEM/PSDB/PSB. Os dois primeiros suplentes, Evandro Junior e Pier Petruziello, declinaram da possibilidade de assumirem a cadeira. Natan Sperafico recebeu 28.858 votos nas eleições de 2018. O deputado tem 32 anos e é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 2014. Ele é filho do ex-deputado federal e ex-secretário-chefe da Casa Civil Dilceu Sperafico.

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