Deputados federais do Paraná ouvidos pela FOLHA nessa quarta-feira (20) ainda avaliavam o projeto de reforma da Previdência entregue pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional. Filipe Barros (PSL), após reunião de bancada do partido com o presidente da República, endossou a necessidade da reforma para o futuro da Previdência do País, e avaliou que a urgência é "consenso" mesmo em partidos que não são da base do governo.

"Eles sabem que ela é necessária para o bem do Brasil", disse. "Se não for aprovada ainda neste ano, não haverá dinheiro para pagar os custos da máquina pública", defendeu.

O deputado londrinense contou que a economia que a reforma representaria para os estados ainda deverá ser esclarecida após o encontro de sua bancada com o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, marcado para esta quinta-feira (21). O secretário se reunirá com cada uma das bancadas partidárias para discutir ponto a ponto do texto. O PSL será a primeira sigla da rodada.

"Mas já sabemos que vai gerar uma grande economia para os estados - tanto é que o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem pedido que os estados conscientizem suas bancadas da necessidade da aprovação da reforma", disse Barros.

Membro da base de oposição, Enio Verri (PT) falou à FOLHA logo após uma reunião com parlamentares do partido e advogados. "A leitura é que ela veio muito mais dura e injusta para os mais pobres do que a gente esperava", disse.

"O impacto é muito negativo sobre a vida de quem ganha menos. E, ao mesmo tempo que o texto fala que vai procurar cobrar devedores contumazes e inadimplentes de forma genérica, sem detalhar como fará isso, trata nos mínimos detalhes a parte dos mais pobres", considerou o petista.

Em nota, Rubens Bueno (PPS) avaliou que o texto precisará de ajustes para resguardar os mais pobres, mas concordou que a medida é necessária para o equilíbrio fiscal nas três esferas de governo.

"Agora é trabalhar para que isso se resolva rapidamente e possamos sair dessa dificuldade econômico-financeira, sinalizando para o Brasil e para o mundo de que temos um governo que busca, com o apoio do Congresso, o equilíbrio fiscal", disse Bueno, segundo a nota.