Deputadas paranaenses defenderam, durante a sessão plenária de ontem (27), o projeto de resolução 5/2022, em tramitação na Assembleia Legislativa do Paraná, que propõe a criação de uma Bancada Feminina no Legislativo paranaense, além da participação feminina na Mesa Diretora da Casa.

Imagem ilustrativa da imagem Deputadas reagem a fala de deputado  e defendem Bancada Feminina na AL
| Foto: Orlando Kissner/Alep

A reação ocorreu após um pronunciamento do deputado Homero Marchese (Republicanos) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contrário à proposta. Durante os discursos, parlamentares criticaram a posição de Marchese, que na terça-feira (26) havia afirmado que o projeto criando a Bancada Fermina visa “estabelecer um benefício para uma minoria que foi escolhida por uma maioria”. Ele também acrescentou que a reduzida presença feminina no universo político é uma escolha feita pelas mulheres. As manifestações se somam ao posicionamento da Mesa Diretora da Assembleia, que reprovou a conduta do parlamentar.

A deputada Luciana Rafagnin (PT) comentou a condição em que as mulheres vivem. “Representamos mais de 50% da população, mas viemos de uma cultura patriarcal que nos oprime. Sofremos com a violência física, a psicológica, a patrimonial, a sexual. Consideramos muito grave todas elas, mas também consideramos muito mais grave a violência política. A não permissão e o não entender a criação da Bancada Feminina também é uma violência contra as mulheres. É preciso, sim, mudar esse conceito machista e patriarcal que impede as mulheres de ocuparem cargos na política ou na Mesa Diretora”, disse.

O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSD), explicou que a manifestação da Comissão Executiva, que foi procurada pelas parlamentares, contra o posicionamento representou uma “proteção das mulheres da Assembleia”. “Este projeto é algo extremamente valoroso para a Casa. Foi uma decisão da Comissão Executiva se manifestar em defesa das mulheres. A fala fere a mulher paranaense com o espírito machista”, afirmou.

O deputado Homero Marchese (Republicanos) ocupou a tribuna da Assembleia para reiterar sua posição sobre o projeto e reafirmou ser contrário a qualquer tipo de "cota". "Eu não mudo meu voto. Acredito na igualdade de todos perante a Lei. Tenho o direito de fazer o meu trabalho e dizer algo que não é um escândalo nenhum", defendeu-se.

TRÂMITES

O projeto de resolução segue em análise na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Paraná. Na reunião de terça-feira (26) o pedido de vista formulado pelo deputado Homero Marchese adiou a votação do parecer favorável à proposta emitido pelo relator, deputado Tião Medeiros (PP). (Com informações da assessoria de comunicação da Assembleia Legislativa).

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