Curitiba – Com mais de R$ 175 milhões de recursos em emendas parlamentares e apresentação de 354 proposições legislativas, em pouco mais de três anos de seu primeiro mandato, a deputada federal Aline Sleutjes (União Brasil) garante que fez mais que muitos parlamentares com mais anos em Brasília. Cristã, conservadora, defensora de pautas de direita como antiaborto, antidrogas, escola sem partido e voto auditável, ela quer ser senadora da República. E para chegar até esse momento, de reconhecimento, a ponto de ser convidada pelo presidente Jair Bolsonaro para disputar esse pleito pelo Paraná, Aline Sleutjes precisou conquistar o seu espaço em Brasília.

Imagem ilustrativa da imagem Deputada Aline diz ser o nome de Bolsonaro para concorrer ao Senado
| Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Em dois anos como deputada federal ela teve participação em 25 comissões permanentes, 24 comissões especiais, 14 comissões externas, três comissões parlamentares de inquérito, sete grupos de trabalhos e dezenas de frentes parlamentares, e isso lhe rendeu o convite para presidir a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) - a primeira na história a ter uma mulher no comando -, bem como tornar-se vice-líder do governo na Câmara e também no Congresso Nacional. Confira a entrevista que ela concedeu à Associação dos Diários do Interior do Paraná (ADI-PR).

ADI – PR -Pelo que a deputada tem falado em várias entrevistas, a sua pré-candidatura ao Senado Federal não tem mais volta. Quando surgiu esse convite? Quando foi o Dia D e quem te convenceu a sair pré-candidata?

Aline Sleutjes - Em novembro estive em reunião com o presidente Jair Bolsonaro e entre outras pautas ele me perguntou quem seriam os candidatos ao Senado pelo estado do Paraná. Eu respondi que até o momento tínhamos apenas um candidato, o qual iria para a reeleição e nenhum outro nome estava sendo cogitado, aí ele me perguntou se eu tinha coragem. Eu respondi: ‘presidente, a única coisa que eu tive para chegar em Brasília foi coragem’.

O presidente então disse: ‘vá trabalhar, deputada, vá para as bases’.

Como já trabalho em 220 municípios, mais de 110 prefeitos, mais de 280 vereadores, iniciei minha peregrinação para sentir minha aceitação ou não. E quando percebi que realmente era viável a candidatura foi quando comecei a percorrer com a caravana todas as regiões do nosso estado. Em cada evento reunindo 300 a 500 participantes, de pessoas que confiam em mim, que estavam desejando uma nova candidatura, de renovação com uma pessoa de direita, com identidade com o Paraná. Foi ali que percebi que a nossa caminhada poderia ser muito forte e que eu estaria entre os nomes cogitados para disputar essa cadeira ao Senado.

ADI - Algumas pessoas dizem que seria muita presunção da sua parte ser candidata ao Senado Federal. Que recado você tem para elas?

Aline - Talvez as mesmas pessoas, e poucas pessoas que dizem que é minha presunção participar de uma candidatura ao Senado, sejam as mesmas que disseram lá atrás que Castro nunca teria um Deputado Federal.

Eu tenho certeza de que com o trabalho feito durante esses 3 anos e meio, com todos os resultados que eu atingi, com todos os municípios que eu consegui atender, os paranaenses que me conhecem, que participam da minha vida política, sabem que não é presunção e sim, coragem, vontade, determinação, resultado, capacidade de trabalho e de articulação; de uma mulher com visão municipalista e cristã.

A votação que tive há 3 anos não reflete à pré-candidatura ao Senado nesse momento. Naquela oportunidade eu era a ex-vereadora de Castro, hoje eu sou a deputada federal pelo Paraná, vice-líder do Governo no Congresso, presidente da Comissão da Agricultura, e que em 3 anos de mandato deixou um legado de resultados, de um mandato qualificado, por isso tenho certeza de que estou pronta para esta grande missão.

ADI - A deputada vem sendo sondada por vários partidos políticos. Aproveitando essa janela partidária, já saberia dizer em qual partido pretende ingressar?

Aline - Tenho vários convites e estou avaliando todos esses partidos, para verificar a possibilidade de tempo de TV, deseja candidatura ao senado, se apoia o Presidente Jair Bolsonaro, se está alinhado às minhas pautas, se no estatuto consta o que eu acredito e se tem meu perfil de trabalho. Ainda tenho até 2 de abril para realizar minha filiação. E essa semana estou em Brasília com várias reuniões partidárias, avaliando todas as propostas; e acredito que até 20 de março já estarei com minha ficha assinada no novo partido pelo qual estarei concorrendo à próxima eleição.

ADI - Hoje, segundo levantamento, seriam dez pré-candidatos ao Senado Federal e inclusive Alvaro Dias estaria entre esses dez. A deputada é a única mulher que já se colocou nessa corrida. Isso ajuda?

Aline - Acredito que isso ajuda, pois somos 52% da população, as mulheres têm ganho em todas as eleições mais participação e efetividade. Somos 15% hoje na Câmara Federal e 17% no Senado, e a tendência é que continuemos crescendo na política. E além de ser uma representante mulher, eu também sou uma representante da família, do conservadorismo, do agro, da renovação, da mudança, da força, da coragem, então eu venho respaldada não só por ser mulher, mas também por ter a base e a identidade que o Paraná deseja neste momento.

ADI - Um dos seus desafios é tornar-se conhecida. Como você pretende se tornar conhecida a ponto de fazer com que sua campanha ao Senado decole nesse curto espaço de tempo?

Aline - Este desafio está sendo superado todos os dias, hoje eu já atendo como Deputada Federal mais de 220 municípios. Eu sou a Deputada Federal que mais atendo municípios dentro do estado, e como pré-candidata ao Senado, visitarei até junho os 399 municípios. Como defensora do agro, que é uma pauta gigante, e que tem a cara do Paraná, acredito que todos os cantos do estado já me conheçam; pelo trabalho prestado, pelas minhas relatorias, autorias de projetos e pelos resultados na Comissão de agricultura.

Como deputada federal, atendo mais da metade dos municípios do estado, e provei com trabalho e resultado que realmente fiz a diferença por onde passei.

Outra prova que tenho como reconhecimento dentro do estado é conseguir andar nos quatro cantos do estado, fazendo eventos meses antes da eleição, apenas como pré-candidata e ter a participação de 300, 400 e até 500 pessoas por evento, em dias de semana, feriado de carnaval ou com chuva. Acredito que esse trabalho de reconhecimento, do que já entreguei para o estado do Paraná, tem sido visto e notado em todas as regiões.

E a partir de agora, ainda estou em pré-campanha, e tenho certeza de que nesse período terei a oportunidade de mostrar ainda mais o meu nome, trabalho, através também das minhas redes sociais, trazer cada dia mais simpatizantes que desejam renovação política e um novo Paraná.

ADI - A ida do deputado estadual Guto Silva para o PP o coloca na corrida ao Senado com apoio do presidente Bolsonaro. O que isso muda na sua campanha também ao Senado?

Aline - Estamos num momento de escolhas partidárias, Guto Silva precisava de uma sigla e como todos os demais foi acolhido pelo PP, mas isso não significa que terá a vaga ao Senado. O jogo ainda é muito longo e bruto até agosto. Sobre o apoio do presidente, o Paraná e o Brasil sabem quem o trouxe para agenda no estado, quem é sua vice-líder, quem é seu voto e apoio certo na Câmara. A única coisa que tenho certeza, sou Bolsonaro e já provei isso desde que fui eleita. Eu sou e sempre fui alinhada ao presidente!

ADI - A deputada pode, nessas circunstâncias de ter mais um nome com apoio do presidente, de rever a intenção de disputar a vaga ao Senado Federal?

Aline - Já liberei minhas bases para escolherem outros deputados em novembro quando o presidente me falou: “vai trabalhar deputada, vai para estrada”, é o que fiz. Estou em Caravana pelo Estado desde dezembro e já estou em segundo nas pesquisas. O agro, a direita, o povo paranaense querem mudança, querem renovação pautada nos pilares que acreditamos e defendemos. Por acreditar no momento político, na necessidade, no espaço vazio, e no desejo do povo, neste momento sei que o melhor caminho é o Senado.