Delegada defende policiais
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quarta-feira, 01 de março de 2000
Delegada defende policiais A delegada do Grupo Força Especial de Repressão Antitóxicos (Fera), Leila Bertolini, defendeu ontem os investigadores Rogério Penkai e Robson, citados durante depoimentos de testemunhas na CPI como envolvidos no crime de comércio de drogas. Não tenho como desconfiar de qualquer um deles. São excelentes investigadores e trabalharam na prisão e obtenção de provas contra traficantes, afirmou Leila, que é mulher do delegado Adauto de Oliveira, que briga há muito tempo pela prisão de policiais corruptos. A primeira citação dos investigadores foi feita pelo ex-policial civil Humberto Terêncio, preso em 1998, acusado de tráfico de drogas. Ele disse que cinco dias após sua prisão, a casa onde a família dele morava foi invadida por policiais civis (entre eles, Robson e Penkai) que teriam molestado sexualmente sua mulher na frente dos dois filhos menores de idade uma menina, de 14 anos e um menino, de 10. Foi isto o que motivou minha vinda até a CPI, declarou ele. Os policiais teriam levado dois descuidistas com Aids que retiraram as roupas da mulher de Terêncio e abusaram sexualmente dela com a mão. Eles a ameaçaram de morte caso contasse algo para a Polícia ou para a imprensa, afirmou ele. A segunda citação foi durante o depoimento do ex-policial civil Gilberto Ramos Chagas, o Marrom, que se referiu a Penkai como um agente duplo da Polícia Civil. Ele trabalha para os dois lados, levando informação da polícia para os traficantes e dos traficantes para a polícia, acusou. Marrom disse que estranhava o fato de Penkai ser um dos investigadores de confiança do Grupo Fera. Tenho certeza absoluta que eles não têm qualquer tipo de envolvimento com traficantes. O Penkai participou da prisão do Marrom. Este pode ser um dos motivos da citação do nome dele no depoimento, defendeu Leila. De qualquer forma, a delegada do Fera disse que os investigadores serão colocados à disposição da CPI para quaisquer esclarecimentos. Eles estão 24 horas por dia conosco. Se tiverem que depor, eles deporão, informou ela. (Luciana Pombo e Israel Reinstein)