Sim, senhorPrefeito Harry Daijó: ‘‘A demissão do Paulo (Ghisi) foi um pedido da Câmara e nós o acatamos’’.O prefeito de Foz do Iguaçu, Harry Daijó (PPB), demitiu ontem o secretário de Viação e Obras, Paulo Mac Donald Ghisi (PDT), que também é vice-prefeito e presidente do diretório local do PDT. Além de Ghisi, o prefeito demitiu mais dois secretários e anunciou uma reforma administrativa que deverá ser concluída até dezembro. A demissão do vice-prefeito da pasta de Obras provocou crise na administração.
O racha entre o PPB e o PDT estava sendo previsto desde que a Câmara criou uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar denúncias contra o vice-prefeito. Ghisi, segundo a CEI, teria mandado abrir uma rua num terreno particular somente para a passagem de caminhões carregados com balsas da empresa Navegação Estrela Azul, da qual é sócio. Ghisi nega as acusações e diz que a Sanepar pagou a obra.
O relatório da CEI pedia a demissão de Ghisi do cargo de secretário e enviou documentos para a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público pedindo a abertura de processo de cassação. Segundo denúncia dos pedetistas, o secretário-chefe de Gabinete, Adilson Rabelo (PPB) - homem forte da administração Daijó - teria articulado o racha entre prefeito e o vice.
Além de Ghisi, o prefeito demitiu os secretários João Adelino de Souza (Comunicação Social) e José Ruy Alexandre (Desenvolvimento Social), ambos do mesmo partido do vice-prefeito. Daijó, porém, preferiu manter dois outros secretários que ainda estão no PDT. ‘‘A demissão do Paulo (Ghisi) foi um pedido da Câmara e nós o acatamos. Os outros dois secretários foram demitidos devido ao comportamento político demonstrado por eles’’, disse.
Ainda ontem, em entrevista coletiva, o prefeito anunciou os substitutos dos secretários. O jornalista Mauri Konig, que ocupava o Departamento de Imprensa, foi promovido para o cargo de secretário da Comunicação Social; o engenheiro da iniciativa privada Francisco Pucci Neto assume o lugar de Ghisi e o vereador Mohamad Barakat (PPB) deixa a Câmara e vai para a vaga deixada por Alexandre no Desenvolvimento Social.
A nomeação de Barakat também foi uma forma de acomodar o secretário-chefe de Gabinete, que pediu demissão ontem. Adilson Rabelo é apontado como o pivô da crise e Daijó preferiu não deixá-lo no Gabinete. Como Rabelo é suplente de vereador, a saída de Barakat lhe garante a vaga na Câmara. ‘‘Mesmo com essas demissões, acredito na sensibilidade do PDT que não pode ficar na oposição’,, disse Daijó, que ainda pretende contemplar o partido do vice-prefeito na reforma administrativa, além de acomodar os novos aliados vindos do PFL, PSC e PTB.
Ghisi não quis se pronunciar sobre a sua demissão, mas já declarou que fará oposição ao prefeito. Em um programa pago que o vice mantém em uma emissora de TV, ele se despediu do cargo e agradeceu. ‘‘Muito obrigado aos eleitores que nos deram a vitória. Eu, como vocês, pecamos por depositar confiança’’.