Crescimento é ruim
para Jaime Lerner
O crescimento da governadora do Maranhão não é um bom negócio para o governador do Paraná, Jaime Lerner, que, nos circuitos mais íntimos, nunca escondeu a sua ambição de chegar à presidência da República. No PFL, Lerner só tinha o senador baiano Antonio Carlos Magalhães como adversário interno de peso. Agora, com a ascensão de Roseana Sarney, o quadro político para o paranaense tem um novo complicador.
Lerner vive atualmente uma realidade inversa à da governadora do Maranhão, o que pode forçá-lo a mudar de plano e arriscar em 2002 uma candidatura ao Senado. Em vez da ascensão, o governador está em queda. Na pesquisa Vox Populi que, no final do ano passado, mediu a popularidade dos governadores – Roseana está em primeiro lugar com 61% de apoio popular – Lerner aparece em quinta posição. No Datafolha de dezembro, ele chegou à pior posição: sétimo lugar, num universo de dez administrações.
O PFL estadual tem fé na recuperação do governador, uma vez que ainda há tempo para as eleições presidenciais. Em maio de 1998, as esperanças de ver o Paraná no Planalto eram maiores. Numa pesquisa interna do partido, Lerner aparecia como a terceira opção, depois do todo-poderoso ACM e do vice-presidente Marco Maciel, este com pálida performance.
O primeiro passo para projetar Lerner como presidenciável, assim como está acontecendo com a filha do senador Sarney, é torná-lo mais conhecido e menos arredio à política. O governador tem aversão a articulações e notícias ruins. Não quis comentar, por exemplo, as pesquisas Vox Populi e Datafolha – e evita o contato com jornalistas para não ter de fazer uma avaliação do quadro. (L.D.)

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