Agência Estado
De Brasília
A CPI do Narcotráfico vai analisar somente 30% da documentação recolhida com a quebra dos sigilos telefônicos, bancários e fiscais de pessoas e empresas investigadas até o fim de seus trabalhos, em março. A estimativa é do presidente da comissão, deputado Magno Malta (PTB-ES), que enviará toda a documentação sem análise às Assembléias Legislativas dos Estados que tenham comissões parlamentares sobre narcotráfico. Ele lamentou a ‘‘resistência’’ de órgãos do governo em enviar documentos à CPI.
‘‘Se conseguirmos avaliar 30% de toda a documentação que recebemos já terá sido uma vitória’’, disse Malta. O parlamentar comentou que está sendo feito um levantamento do total de sigilos quebrados e também daqueles que foram aprovados, mas ainda não foram votados. A primeira estimativa da CPI é que mais de 300 sigilos tenham sido quebrados ao longo de meses de apuração. Segundo os parlamentares, há uma pilha com mais de 500 volumes, alguns reunindo mais de mil páginas guardados nas salas da comissão.
Segundo o presidente da CPI, o atraso na análise de documentos se deve principalmente à falta de técnicos especializados e aos atrasos no envio de documentos requisitados junto a órgãos públicos. A CPI conta com a ajuda de técnicos do Banco Central, da Subsecretaria de Inteligência da Presidência da República, do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Receita Federal.