Brasília - O presidente da CPI do Apagão Aéreo do Senado, Renato Casagrande (PSB-ES), lamentou ontem o racha entre a base aliada do governo e a oposição que marcou o final dos trabalhos da comissão. Casagrande disse que a CPI terminou de uma maneira ''ruim'', já que não houve debate sobre o relatório paralelo aprovado somente por senadores governistas.
''Infelizmente, em toda CPI se estabelece uma disputa entre a base e a oposição que acaba deixando o relatório perneta, manco. Foi um final ruim para a CPI, um comportamento negativo. O final melhor seria com o debate'', disse.
Sem a presença de senadores da oposição, a CPI aprovou ontem por seis votos a um o relatório paralelo dos governistas elaborado pelo senador João Pedro (PT-AM). A oposição se retirou do plenário em solidariedade ao texto do relator Demóstenes Torres (DEM-GO), que acabou derrotado pela maioria dos governistas.
Casagrande criticou a elaboração do texto paralelo no qual os governistas retiraram nove autoridades do setor aéreo da lista de 23 pedidos de indiciamento sugeridos. ''Retirar essas pessoas foi uma decisão equivocada do relator substituto (senador João Pedro - PT/AM).''
Entre os excluídos da lista, o nome que mais provocou críticas foi o do ex-presidente da Infraero Carlos Wilson. Ele foi apontado por Demóstenes como ''chefe da quadrilha'' que atuava para realizar fraudes em licitações na estatal.
O senador João Pedro reagiu às acusações da oposição. Pedro argumentou que corrigiu uma ''imprecisão'' do relatório principal que acusou de forma injusta ex-servidores da Infraero. ''Tentou se jogar nas costas do Carlos Wilson toda essa responsabilidade pela crise.Eu não digo que haja perseguição, mas a CPI corrigiu imprecisão ao tratar um gestor da Infraero.''
Infraero
O diretor-presidente demissionário da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, entregou ontem, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a sua carta com o pedido de exoneração do cargo.