Covas morre em São Paulo aos 70 anos
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terça-feira, 06 de março de 2001
Agência Folha De São Paulo
O governador de São Paulo Mário Covas (PSDB), 70, morreu às 5h30 de ontem no Instituto do Coração, de falência múltipla de órgãos. Ele sofria de câncer desde dezembro de 1998. O vice-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que substituía Covas no governo desde 22 de janeiro, assumiu definitivamente ontem o governo do Estado.
Covas estava internado desde 25 de fevereiro, quando interrompeu às pressas uma viagem com a família para Bertioga (litoral de SP). Desde então, o estado de saúde do governador piorou a cada dia. Ele estava inconsciente desde as 18 horas do último domingo.
O velório aconteceu no Palácio dos Bandeirantes e reuniu diversas autoridades. Lila Covas, mulher do governador, era uma das mais emocionadas. O Mário passou a lição de casa. Agora, vocês têm que passar adiante, disse ao ex-governador e ex-senador paranaense José Richa, um dos sete fundadores do PSDB em 1988 e que ontem foi para São Paulo.
O corpo de Mário Covas será enterrado em Santos (72 km de SP), cidade em que nasceu, com honras militares. Segundo a assessoria do governo estadual, 180 pessoas deverão acompanhar o sepultamento. Na cerimônia, prevista para ocorrer no início da tarde, no Cemitério Paquetá, no centro da cidade, onde estão sepultados seu pai e a filha Sílvia, morta em 1976, não estão planejados discursos.
O cortejo deverá deixar o Palácio dos Bandeirantes por volta das 9 horas de hoje, em carro aberto e escoltado por policiais a cavalo. No caminho para Santos, passará em frente ao obelisco em honra aos heróis da Revolução de 1932, onde ocorrerá a troca da escolta a cavalo pela motorizada.
O cortejo também passará em frente à Assembléia Legislativa de São Paulo, onde deverá haver uma manifestação organizada por seu partido, o PSDB. Não há previsão de o corpo ser levado para o interior da Assembléia.
Covas seguirá então diretamente para Santos, passando pelas rodovias dos Imigrantes e Anchieta. Em Santos, haverá nova troca de escolta voltará a ser a cavalo. A primeira parada na cidade litorânea será na Praça José Bonifácio, na região central, onde o governador receberá as honras militares.
A cerimônia estará a cargo do pelotão de honras fúnebres da Polícia Militar, composto por 36 cadetes. Haverá uma salva de 21 tiros. O cortejo seguirá então para o cemitério. Da saída do Palácio dos Bandeirantes até chegada ao cemitério, o cortejo deverá levar cinco horas.
O enterro deverá ser acompanhado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e por outras autoridades. O presidente Fernando Henrique Cardoso, que ontem esteve no Palácio dos Bandeirantes com a primeira-dama, Ruth Cardoso, acompanhando o velório, também pretende comparecer ao enterro.
Fernando Henrique decretou ontem luto oficial no país, por sete dias, a partir de ontem, em sinal de pesar pela morte do governador de São Paulo. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, decretou luto oficial de oito dias e ponto facultativo nas repartições públicas estaduais ontem e hoje com ressalvas às atividades dos serviços considerados essenciais.
Na cidade de São Paulo, a prefeita Marta Suplicy também decretou ponto facultativo nas repartições públicas municipais, ontem e hoje, e luto oficial por oito dias. Outros Estados, como o Paraná, também decretaram luto oficial.